Ceará e Fortaleza usam estratégias diferentes antes da final do Cearense

Na semana do Clássico-Rei que vai decidir o Campeonato Cearense de 2024, Ceará e Fortaleza adotaram estratégias diferentes. O segundo jogo da final será neste sábado (6), às 16h40 (de Brasília), na Arena Castelão, na capital cearense. O primeiro confronto terminou 0 a 0.

A diretoria do Ceará abriu o centro de treinamento de Porangabuçu, na sede do clube, em Fortaleza, nesta sexta-feira (5) para os torcedores acompanharem o último treinamento da equipe antes da decisão. É o terceiro treino aberto pela direção do clube em 2024.

Durante a semana, dois jogadores concederam entrevista coletiva, o meia Lucas Mugni e o volante Lourenço. Ambos evitaram polêmicas, mas falaram sobre a sensação de disputarem a primeira final com a camisa do Vozão, já que foram contratados no início da temporada.

No Fortaleza, a estratégia adotada é diferente. Não houve treinos abertos, nem mesmo alguns minutos aos jornalistas, o que já é regra desde que o técnico Juan Pablo Vojvoda assumiu, em maio de 2021.

Este ano foi aberta uma exceção, em fevereiro, após o atentado que o ônibus da delegação sofreu no Recife, com pedras e bomba atiradas por membros de uma organizada do Sport. Seis jogadores ficaram feridos e a direção entendeu que era importante o ‘abraço’ dos torcedores. Vojvoda deu o aval.

Mas nem mesmo as entrevistas coletivas que ocorrem, ao menos uma, na véspera de partidas aconteceram. Após o Leão bater o Sportivo Trinidense-PAR em Assunção, na quarta-feira (3), na estreia da Copa Sul-Americana, Vojvoda e o atacante Thiago Galhardo deram a obrigatória coletiva exigida pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

Fases distintas

No Fortaleza, a ordem é o silêncio em um início de temporada turbulento. Nos nove últimos jogos foram somente duas vitórias. O time está na final do Cearense, nas quartas de final da Copa do Nordeste, na terceira fase da Copa do Brasil e começou bem a trajetória na Sul-Americana, mas mesmo assim há críticas de torcedores com relação às atuações do time, e de alguns jogadores, e ao que consideram uma janela de contratações fraca.

O Ceará, que também está nas quartas de final do regional e na terceira fase da Copa do Brasil, vai jogar a Série B pelo segundo ano consecutivo e sofre com problemas financeiros. Diversos jogadores acionaram a Justiça do Trabalho, por atraso no pagamento de salários e premiações, e o clube está no momento proibido pela Fifa de contratar, o chamado ‘transfer ban’. É por causa de dívida com o Yokohoma Marinos, do Japão, pela compra em 2023 do atacante Saulo Mineiro.

Mesmo assim, os bons desempenhos nos Clássicos-Rei da temporada, com dois empates (3 a 3 e 0 a 0) e uma vitória de 1 a 0, pelo Nordestão, geraram uma relação mais amistosa com os torcedores neste começo de 2024.

A final

Como houve empate por 0 a 0 no primeiro confronto da final, no sábado passado (30), quem ganhar será o campeão cearense. Nova igualdade e o campeão será conhecido nas cobranças de pênaltis.

De 2019 para cá, o Fortaleza ganhou os cinco campeonatos, quatro deles sobre o Ceará (e um sobre o Caucaia), o que fez o Leão passar o Vozão no número total de títulos estaduais, 46 a 45.

Se o Fortaleza vencer em 2024, conquistará um inédito hexacampeonato. Nunca um clube conquistou o Cearense por seis vezes seguidas na história da competição que começou em 1915.

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