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Algumas decisões da arbitragem no jogo motivaram a reclamação da parte atleticana, mas um lance em específico se destacou:
“A ética desportiva não censura que atletas, se dirijam aos membros de equipe de arbitragem visando externar seus respectivos pontos de vistas. Trata-se tal conduta de um legítimo e correto desdobramento das liberdades de expressão e de pensamento, as quais possuem, inclusive, pela relevância normativa de seus conteúdos, assento constitucional. Assim, o que não se admite em termos de boas práticas disciplinares, é o exercício indevido e abusivo e tais garantias constitucionais, através da implementação de condutas verbais ou gestuais que se apresentem como desrespeitosas, violentas, agressivas e/ou discriminatórias...
Definitivamente, não há como se admitir que cartões sejam utilizados pela arbitragem como instrumento de censura às liberdades de expressão e de pensamento! Trata-se tal expediente de um traço claro de abuso de poder e de autoridade, por parte de quem demonstra desconhecer os fundamentos básicos de nosso Estado Democrático de Direto”, destaca o Galo na NI.
Notícia de infração
Para que haja um processo para análise e eventual punição de conduta que não condiz com as normas da Justiça Desportiva, há uma ferramenta chamada ‘Notícia de Infração’, que é levada à Procuradoria.
Se houver entendimento de infração desportiva, o procurador oferecerá denúncia e dará início ao processo. No cenário oposto, quando não há indícios de infração, acontece o arquivamento.
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Súmula de Rodrigo José Pereira de Lima
Na súmula do duelo Atlético x Palmeiras, o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima (Fifa-PE) justificou os dois cartões amarelos aplicados a Hulk.
Conforme o documento oficial do jogo, divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o árbitro relatou na súmula que, aos 31 minutos do primeiro tempo, Hulk recebeu o primeiro cartão amarelo após dizer “Apita logo, c**".
Já com relação ao segundo amarelo e, consequentemente, o cartão vermelho, Rodrigo José Pereira de Lima relatou que o camisa 7 do Galo o questionou sobre o motivo do cartão e que Hulk ainda o “empurrou com o dedo indicador de forma ofensiva”.
“Aos 31 minutos do primeiro tempo, expulsei do campo de jogo com a aplicação do segundo cartão amarelo o sr. Givanildo Vieira Souza, n° 07 da equipe do Atlético Mineiro Saf, após receber cartão amarelo por reclamação, o mesmo partiu em minha direção de maneira acintosa, ficando face a face comigo e gritando de forma desrespeitosa as seguintes palavras: ‘Me diz o porquê do cartão, me diz o porquê’. Após ter sido expulso o mesmo empurra meu rosto com o dedo indicador de forma ofensiva e se negando a sair do campo de jogo. Quando o jogador decidiu deixar o campo de jogo proferiu a seguinte frase em direção ao árbitro: ‘Filho da puta’ com isso a partida ficou paralisada por 03 minutos”.
Ao deixar o campo de jogo, Hulk se dirigiu a uma das câmeras posicionadas no campo de jogo e questionou a decisão da arbitragem.
“Você está gravando? Pergunta por que eu tomei o primeiro amarelo e ele me deu o segundo. Já é a segunda vez que ele me expulsa. Eu coloquei a mão para trás e perguntei por que ele me deu amarelo. Agora, pode pegar câmeras, áudio, tudo. Isso é demais. Isso é impossível”, gritou o atacante.