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Estrangeiro do Atlético comenta esquema de apostas no Brasil: 'É triste’

Operação Penalidade Máxima aponta envolvimento de jogadores do futebol brasileiro em um esquema de manipulação de jogos

Rodrigo Battaglia, volante argentino do Atlético

Volante argentino do Atlético, Rodrigo Battaglia comentou nesta terça-feira (16) o escândalo do esquema de apostas esportivas no futebol brasileiro. O experiente jogador, de 31 anos, lamentou o caso e disse já ter ouvido falar sobre casos semelhantes na Europa, mas não na gravidade que se observa no Brasil.

Após passagem pelo futebol argentino (em Huracán e Racing), Battaglia iniciou em 2014 o período na Europa. Ele passou por Portugal (Braga, Moreirense, Chaves e Sporting) e Espanha (Alavés e Mallorca, seu último clube antes do Galo) até chegar em abril de 2023 no Galo.

“Eu tinha ouvido sobre isso na Europa, não tanto quanto aqui, mas ouvi isso lá. É uma pena, é triste, porque penso que a gente joga para ganhar. Somos todos boas pessoas, e tem gente fora do futebol que quer ganhar dinheiro com isso. Infelizmente, eles têm apanhado alguns colegas, mas eu penso que não é bom que o futebol esteja agora nesse processo”, iniciou, em entrevista coletiva.

“Não é bom para ninguém. A gente aqui teve uma palestra, fomos informados de tudo que está acontecendo, e agora é continuar trabalhando e focado sempre no nosso trabalho. Acho que isso aí é muito triste”, completou.

O camisa 21 do Galo deve estar em campo na partida desta quarta-feira (17), às 21h30. O Atlético recebe o Corinthians no Mineirão, em Belo Horizonte, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

Esquema de apostas

A Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pediu nessa segunda-feira (15) a suspensão preventiva por 30 dias de oito jogadores envolvidos no esquema de apostas esportivas no futebol brasileiro. A informação foi antecipada pelo ge.globo e confirmada pela Itatiaia, com uma fonte do colegiado.

Agora, a solicitação precisa ser apreciada pelo presidente do STJD, Otávio Noronha. A expectativa, segundo a fonte ligada ao tribunal, é de que seja o pedido seja acatado “o quanto antes”. Ainda não há um dispositivo legal que impeça os atletas citados de atuarem profissionalmente.

O pedido partiu depois da segunda fase da Operação Penalidade Máxima. Dos oito nomes da procuradoria do STJD, seis foram denunciados pelo MP-GO, enquanto os outros dois (Kevin Lamónaco e Moraes) confessaram e se tornaram testemunhas do caso.

Lista: jogadores que tiveram pedido de suspensão

  • Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos;

  • Moraes, lateral-esquerdo do Aparecidense e ex-Juventude;

  • Gabriel Tota, meia do Ypiranga e ex-Juventude;

  • Paulo Miranda, zagueiro do Náutico e ex-Juventude;

  • Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport e ex-Cuiabá;

  • Matheus Phillipe, goleiro do Ipatinga, ex-Sergipe;

  • Fernando Neto, meio-campista do São Bernardo, ex-Operário;

  • Kevin Lamónaco, zagueiro do RB Bragantino.

Os oito foram denunciados pela procuradoria do STJD nos artigos 243 e 243 A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Elas tratam, respectivamente: “Atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende"; e “atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente”.

Operação Penalidade Máxima

De acordo com o MP-GO, os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos com cartões amarelos ou vermelhos ao longo de jogos pelas Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e alguns Estaduais de 2023.

O apostador Bruno Lopez de Moura é apontado como chefe da quadrilha. Ele está preso. Até aqui, o MP-GO ofereceu denúncia contra diversos jogadores no âmbito da Operação Penalidade Máxima, que já teve duas fases. São eles:

Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio Corrêa), Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense), Romário (Vila Nova), Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota, Paulo Miranda (Juventude), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport) e Fernando Neto (São Bernardo).

Outros atletas fizeram um acordo com o MP e se transformaram em testemunhas do caso. Além disso, outros cinco jogadores já foram afastados preventivamente de seus clubes por terem nomes citados em conversas. São eles:

Pedrinho e Bryan Garcia (Athletico, dispensados), Richard (Cruzeiro), Vitor Mendes (Fluminense) e Nino Paraíba (América, dispensado).

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Henrique André é repórter multimídia e setorista do Atlético na Itatiaia. Acumula passagens por Uol Esporte, Jornal Hoje em Dia e outros veículos. Participou da cobertura de grandes eventos, como Copas do Mundo (2014-18) e Olimpíada (2016-2021).
Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.