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O que se sabe sobre o novo escândalo de manipulação de resultados no futebol

Ministério Público de Goiás ofereceu mais uma denúncia à Justiça após nova rodada de investigações

Investigação é conduzida pelo MP-GO

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu nova denúncia contra 17 pessoas no âmbito da Operação Penalidade Máxima II. Os denunciados são divididos em três núcleos: financiadores, apostadores e intermediadores. Seis jogadores estão denunciados nessa nova fase. A Itatiaia teve acesso à denúncia e detalha as argumentações do MP-GO.

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As denúncias

Nove pessoas são investigadas por “dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva”. Efetivamente, são as pessoas que abordaram os jogadores oferecendo valores para cometer pênalti ou ser punido com cartão. A pena de reclusão vai de dois a seis anos e multa.

Bruno Lopez de Moura, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes, Zildo Peixoto Neto, Gabriel Ferreira Neris, Romário Hugo dos Santos, Pedro Gama e Matheus Phillippe Coutinho Gomes estão nessa categoria. Alguns deles são denunciados mais de uma vez - Bruno e Luís Felipe, por exemplo, foram enquadrados no mesmo artigo 13 vezes.

Os jogadores

Eduardo Bauermann (Santos), Victor Ramos (à época na Portuguesa), Igor Carius (à época no Cuiabá), Paulo Miranda (à época no Juventude) e Fernando Neto (à época no Operário-PR) foram denunciados no Art. 41-C do Código Penal Brasileiro. A pena é de reclusão de dois a seis anos para quem solicita ou aceita vantagem ou promessa de vantagem para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva.

Aqui vale ressaltar que os jogadores não necessariamente receberam o dinheiro prometido. Victor Ramos, por exemplo, acertou os detalhes do acordo, mas não chegou a receber o dinheiro, pois a aposta não foi efetivada.

As investigações apontam que jogadores teriam recebido os seguintes valores: Igor Carius (R$ 65 mil), Eduardo Bauermann (R$ 50 mil), Fernando Neto (R$ 40 mil) e Paulo Miranda (R$ 15 mil).

Quatro jogadores colaboraram

Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público.

Kevin Lomónaco teria aceitado vantagem indevida em um jogo do Brasileirão e recebido R$ 30 mil, mas quando foi abordado novamente pelos aliciadores para ser advertido num jogo do Campeonato Paulista negou a proposta.

Organização criminosa

Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos e William de Oliveira Souza ainda foram denunciados por outro crime: organização criminosa. Eram eles que faziam as cobranças aos jogadores. Romário Hugo, por exemplo, teve exposta as conversas cobrando Eduardo Bauermann.

Investigação continua

As investigações envolvendo manipulação de aposta não pararam após cumprir os últimos mandados de prisão e busca e apreensão. O MP-GO segue em busca de evidências que possam dar base para nova rodada de investigações e apurações.

Leonardo Parrela é repórter multimídia na área de esportes na Itatiaia. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com Globo Esporte, UOL Esporte e Hoje Em Dia, onde cobriu Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.