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Histórias do Brasileirão: Há quase 40 anos, Atlético e Cruzeiro fizeram duelo eletrizante

Nos dois jogos, disputados num intervalo de apenas três dias, mais de 180 mil pessoas foram ao Mineirão

Alexandre Simões relembrou clássico pelo Brasileirão de 1986

Com o 71º capítulo no Campeonato Brasileiro disputado neste sábado (3), às 18h30, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, o clássico entre Cruzeiro e Atlético teve um grande momento na competição há quase quatro décadas, quando os dois rivais brigaram por uma vaga nas semifinais da edição de 1986, que só teve a reta final disputada no ano seguinte.

Depois de o Atlético passar pelo Flamengo, e o Cruzeiro pelo Joinville, nas oitavas de final, o chaveamento previa o cruzamento entre eles nas quartas.

Por ter feito melhor campanha nas etapas anteriores, o Galo entrou na disputa, que foi em dois jogos, com a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols.

O mata-mata mineiro foi aberto em 8 de fevereiro, um domingo, com o Mineirão recebendo 94.381 pagantes. Foi uma partida extremamente equilibrada, com os dois times se respeitando muito e o placar ficando no 0 a 0.

Três dias depois, 11 de fevereiro, uma quarta-feira, os dois rivais voltaram ao Gigante da Pampulha que recebeu 90.190 torcedores. O Atlético contava com um time de grande qualidade individual, com nomes como Nelinho, Luizinho, Elzo, Everton, Paulo Isidoro, Zenon, Sérgio Araújo, Renato Frederico e Edvaldo.

O Cruzeiro tinha alguns jogadores revelados na base, como Gomes, Geraldão, Douglas e Eduardo e nomes experientes como Heriberto, Hamilton e Robson. O maior trunfo era mesmo o conjunto que foi armado pelo técnico Carlos Alberto Silva.

Os dois times seguiram se respeitando muito, mas na segunda etapa, o gol de Renato Frederico para o Atlético, logo aos 7 minutos, fez com que o Cruzeiro, que precisava da vitória, se lançasse ao ataque. E o empate veio com Douglas, aos 13.

A partir daí, a partida teve como marca os contra-ataques atleticanos, com ótimas chances sendo desperdiçadas, e a pressão cruzeirense, com o time azul acertando duas bolas na trave de Pereira, a última delas já na reta final da partida, com Robson.

O empate por 1 a 1 classificou o Atlético às semifinais para encarar o Guarani-SP. E sua torcida fez a festa no Mineirão. Os cruzeirenses também festejaram. Aplaudiram o time naquele que foi o pontapé inicial para as grandes campanhas do clube no Brasileirão na segunda metade da década de 1980, isso depois de tempos difíceis.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro