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Morre Juliana Marins: jornalista da Globo que esteve em vulcão descreve área que brasileira caiu

Clayton Conservani esteve no local há dez anos acompanhado de montanhistas experientes, que também sentiram dificuldade em fazer o trajeto

Clayton Conservani esteve em local onde brasileira sofreu queda

O jornalista da Globo Clayton Conservani realizou trilha no vulcão Rinjani há dez anos e descreveu a região onde Juliana Marins caiu. A brasileira foi encontrada morta nesta terça-feira (24), após quatro dias da queda.

Conforme Clayton, ele esteve no local para gravação de quadro do Globo Esporte. “A região do vulcão Rinjani tem três ou quatro trilhas que vão para esse lugar e todas elas são demoradas. São trilhas distantes, você fica num lugar distante da civilização, então você acessar por terra levando uma equipe de resgate já é um trabalho muito grande”, disse ele em participação no “Mais Você".

“Todas as trilhas são bem técnicas, com florestas. Um terreno bem difícil, vulcânico. Areia fofa com pedras soltas, e o clima desse lugar é muito difícil. Tempestades constantes”, continua ele, que alerta para os riscos de hipotermia.

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Ele explica que, apesar da experiência, também teve dificuldade para fazer a trilha. “Mesmo eu e dois montanhistas experientes tivemos muitas dificuldades nesse terreno de pedras soltas. Avistamos também o vulcão vivo.”

Para Conservani, Juliana - que estava cansada, informação confirmada pelo próprio guia - acabou escorregando durante o trajeto, fazendo com que sofresse a queda. "É uma rampa de areia vulcânica - lugar muito difícil de ser acessado”, completou.

Para jornalista da Globo, guia errou em seguir sem Juliana

Antes do corpo ser localizado, o jornalista da Globo comentou que a situação era extremamente perigosa, visto que à noite as temperaturas caem consideravelmente aumentando os riscos de hipotermia.

Para ele, o guia errou em deixar Juliana para trás. “Não consigo entender como um guia se adiantou e deixou uma pessoa que mostrava sinais de cansaço ficar para trás. Você tem que fechar e ser o último, e estar ali atento a todos que estão no grupo. Não deixar uma pessoa pra trás. Se o guia estivesse ao lado dela isso não teria acontecido”, diz.

Além disso, Conservani critica a “morosidade” do governo Indonésia para resgate da brasileira. “O que nós vemos é que eles não têm experiência para agir em situações como essa, tanto que montanhistas de outros lugares tiveram que ir para a Indonésia, assim como voluntários”, acrescenta o jornalista, que elogia, ainda, o trabalho do Corpo de Bombeiros do Brasil.

“As equipes de resgate do Brasil são muito eficientes nesse sentido [...] Isso não aconteceu no caso da Juliana. Se no momento da queda um helicóptero tivesse levantado voo, ela já estava em casa ou em segurança há muito tempo”, completa.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.