Clayton Conservani, que visitou o vulcão Rinjani há 10 anos acompanhado de montanhistas experientes, criticou o guia que deixou Juliana Marins para trás e o governo da Indonésia. O
Antes do corpo ser localizado, o jornalista da Globo comentou, no “Mais Você", que a situação era extremamente perigosa, visto que à noite as temperaturas caem consideravelmente aumentando os riscos de hipotermia.
Em seguida, ele, que é bastante experiente, critica o guia, que
Ele destaca, ainda, que o país - que tem vários destinos turísticos de risco - deveria ter maior preparo para resgates deste tipo. “O governo da Indonésia, lugar que tem vulcões com quase 4 mil metros de altitudes, se eles têm turismo nessas regiões e pessoas, eles deveriam ter equipes eficientes para fazer esse tipo de resgate”.
“O que nós vemos é que eles não têm experiência para agir em situações como essa, tanto que montanhistas de outros lugares tiveram que ir para a Indonésia, assim como voluntários”, acrescenta o jornalista, que elogia, ainda, o trabalho do Corpo de Bombeiros do Brasil.
“As equipes de resgate do Brasil são muito eficientes nesse sentido [...] Isso não aconteceu no caso da Juliana. Se no momento da queda um helicóptero tivesse levantado voo, ela já estava em casa ou em segurança há muito tempo”, pontua.
Ele completa: “Não consigo entender essa morosidade e como não conseguem ter uma corda de 1 quilômetro. Porque não é um paredão vertical, é uma rampa de terreno arenoso, de areia fofa. É difícil entender como os montanhistas não acessaram o local”.
Região altamente perigosa
Há dez anos, Clayton Conservani esteve no local com uma equipe do Globo Esporte. “A região do vulcão Rinjani tem três ou quatro trilhas que vão para esse lugar e todas elas são demoradas. São trilhas distantes, você fica num lugar distante da civilização, então você acessar por terra levando uma equipe de resgate já é um trabalho muito grande”, diz.
“Todas as trilhas são bem técnicas, com florestas. Um terreno bem difícil, vulcânico. Areia fofa com pedras soltas, e o clima desse lugar é muito difícil. Tempestades constantes”, continua.
Ele explica que, apesar da experiência, também teve dificuldade para fazer a trilha. “Mesmo eu e dois montanhistas experientes tivemos muitas dificuldades nesse terreno de pedras soltas. Avistamos também o vulcão vivo.”
“Vi pelas redes sociais que a Juliana é uma menina bastante ativa, muito forte, ela deve ter escorregado. É uma rampa de areia vulcânica - lugar muito difícil de ser acessado”, completou.