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Segundo a mulher, ela não via motivo cabível para a prisão acontecer. As agressões ocorreram em um posto de gasolina,
Conforme a reportagem, quem chamou a polícia foi a atendente da loja após alegar que a ex-panicat começou a ofender. “Ela falou do meu corpo. Que eu era gorda e outras coisas bem ofensivas”, disse a atendente, de 24 anos.
Ana Paula Leme chegou a ficar presa durante seis horas, logo depois passou por uma audiência de custódia, na qual ficou definido que ela tinha que pegar um salário mínimo como fiança para ser liberada.
“Eu me recordo plenamente de todos os fatos ocorridos. Aconteceu por volta de 20h30 da noite, eu saí do salão de beleza, vi a loja e decidi comer um salgado, comprei uma cervejinha, era sábado à noite. Comprei uma esfirra de carne, quando dei a primeira mordida, percebi que o sabor e o cheiro não estavam agradáveis”, começou explicando.
Ainda conforme a ex-panicat, foi neste momento em que ela pediu para trocar o salgado por outro e a atendente disse que não teria como.
Ao contrário do que diz Ana Paula, a funcionária alega que ela jogou o salgado e começou a preferir mais ofensas. “Ela pegou o salgado com a mão e falou que estava horroroso, jogou ele”.
“A moça que me atendeu, ela foi muito rude comigo, não sei se ela estava com dor de barriga, sapato apertado ou brigada com o namorado” continuou Ana, se referindo à atendente.
Ana Paula Leme foi presa no último sábado (20), por suspeita de embriaguez ao volante, injúria, desacato e ameaça; ela agrediu um policial.
A funcionária da loja disse, ainda, que Ana Paula saiu do posto, passou debaixo da catraca e foi até o carro dela. “Nessa hora eu falei com minha amiga, vamos ficar espertas com ela, que ela vai tentar sair sem pagar. Ela chegou a sentar em uma mesa de um cliente que ela nem conhecia, conversou, chamou a atenção dele. Não deu certo a investida dela, porque o cara pagou a conta dele e foi embora. Nisso, chegaram mais três homens lá fora, ela se ajoelhou, chegou a fazer cenas obscenas com eles, aqui fora ela mostrou parte do corpo dela, bem deselegante, aqui na frente da conveniência”, disse a atendente.
Questionada pela reportagem, a ex-panicat explicou se deixou de pagar pelo que tinha consumido: “Olha, eu deixei minha ficha na mesa e o ar-condicionado da loja estava bombando, eu passei por debaixo da catraca, fui até o meu carro e peguei um casaco. Talvez para ela, minha forma de agir ou de ser, ela tenha interpretado desta maneira “.
A mulher que trabalha no local contou que, antes de chamar a polícia, quase sofreu violência física. “Ela levantou a mão, mas aí ela não conseguiu porque dei um passinho para trás. Aí ela começou a me humilhar, falando que eu tinha que voltar para o meu emprego, voltar lá dentro pra lavar louça, que lá era meu lugar de escrava, de CLT”.
Formada em jornalismo, nas redes sociais Ana Paula acumula 176 mil seguidores. Antes de ser presa, ela tinha 145 mil. Sua carreira de modelo, começou em 2005, quando foi convidada para participar do Concurso Sereias. Na ocasião, ela ficou em 2º lugar, por uma diferença de apenas 1% na votação.
“Chamei ela de CLT, mas será que isso não é um complexo de inferioridade? Acho que é direito dela ser uma CLT. Isso deve ser algum recalque, por atender uma moça bonita?”, questionou ela.
Após os policiais militares chegarem ao local, a atriz recebeu voz de prisão. Na sequência do vídeo, é possível ver ela tentando chutar um deles.
“Eu sei que fui agredida, eu quase caí, eu escorreguei, eu estava de salto. Você acha que um policial homem poderia me tocar? Isso está tudo errado. Teria que ser uma policial mulher”, completou ela.
Vídeo mostra ex-panicat presa por dirigir embriagada chutando policial militar.
Antes de ser colocada na gaiola do carro de polícia, Ana chuta o policial, que chega a se abaixar. “Achei um teatrinho o que ele fez, o meu pé, ele passou 10 centímetros do corpo dele. Era apertado, o local, então fica parecendo que estou me esperneando, mas é o que estão tentando implantar”.
Ainda durante a entrevista, Ana Paula disse que sofreu abuso. “Eu fui agredida moralmente, psicologicamente, mas acredito que fui agredida sexualmente, porque ele começou a olhar meu decote e ele fez algumas brincadeiras, alguns comentários que me deixaram constrangida”.
A modelo também contou como foram as horas passadas na prisão.
“Eu fiquei morrendo de medo, porque tinha uma moça do meu lado e eu não poderia ser presa, por ter terceiro grau, com uma bandida”, finalizou ela.
O policial agredido tem 26 anos. Em nota, a Polícia Militar (PM) disse que foram seguidos os protocolos padrões, com total respeito à suspeita. A PM confirma que Ana resistiu à condução à delegacia e que chutou um dos agentes. E disse ainda que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi anexado ao inquérito policial, que já foi relatado ao Poder Judiciário, no último dia 24 de julho.
A polícia anexou o laudo do IML no qual aponta que a ex-panicat e jornalista estava sob efeito de álcool. Questionada sobre o fato, ela diz: “Olha, se uma cerveja, duas cervejas é estar bêbada ou sob efeito de álcool… não foi feito teste de bafômetro nem teste de sangue. Talvez até armaram contra mim, eu não sei. Sou uma pessoa pública, uma pessoa conhecida” finalizou ela.
A funcionária da conveniência decidiu pedir demissão do local.
Entenda
A confusão ocorreu por volta de 21h na loja de conveniência de um posto de combustíveis no bairro Cambuí. Na ocasião, uma funcionária relatou, conforme boletim de ocorrência, que a ex-panicat chegou ao local em um carro apresentando sinais de embriaguez e pediu uma cerveja. Posteriormente, ela tomou mais duas cervejas, pediu um salgado e alegou que ele estava ruim. Em seguida, ela o jogou na mesa e exigiu que fosse trocado.
As funcionárias alegam ter oferecido outro salgado, mas que ela o jogou novamente na mesa e disse que não iria pagar pelo lanche. Neste momento, uma funcionária disse que ela não poderia ir embora sem pagar, momento em que, conforme ela, foi xingada de “vaca gorda”. A PM então foi acionada. Mesmo com a chegada dos policiais, Ana seguiu dizendo que não pagaria pelo lanche e se negou, inicialmente, a apresentar documento de identificação. Logo depois, ela informou o RG e teria falado para um deles “comer aquela vaca gorda”. A ex-panicat então recebeu voz de prisão e foi colocada com muita dificuldade em uma viatura. Na delegacia, ela ainda teria xingado policiais civis e militares.
Presa na Cadeia Feminina de Paulínia, Ana Paula foi liberada após audiência de custódia e pagar fiança no valor de um salário mínimo, segundo o Tribunal de Justiça do estado de São Paulo (TJ-SP).
Além de ex-panicat, Ana é jornalista formada pela PUC-Campinas, integrou o reality “Casa Bonita” e foi eleita Miss Reef Brasil. Ela ainda se identifica como Ring Girl.