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Debate na Globo: saúde, segurança pública e Roberto Jefferson marca 3º bloco

Lula e Bolsonaro trocaram farpas sobre combate à covid, compra de vacinas, número de homicídios e a relação com o ex-deputado

Lula e Bolsonaro participa do último debate presidencial antes do segundo turno

No terceiro bloco do debate da TV Globo entre os candidatos à Presidência, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os presidenciáveis travaram embate sobre saúde, combate à covid-19, segurança pública e violência contra a mulher. Um assunto que voltou à tona foi a relação do presidente com Roberto Jefferson (PTB), aliado do candidato à reeleição que foi preso no fim de semana passado depois tentar matar agentes da Polícia Federal.

O tema da saúde foi introduzido pelo petista ao criticar o atual presidente pela demora na compra da vacina contra a doença, que gerou mais de 680 mil mortes no país.

“Quando você foi comprar vacina, São Paulo estava dando vacina e vários países do mundo também. Você montou um comitê para vender cloroquina, para negar a doença, para fazer pouco caso de uma pessoa que morreu sem oxigênio em Manaus. Porque não resolveu a tempo?”, questionou Lula.

Bolsonaro respondeu ao criticar o petista por investimentos em “estádios superfaturados” durante a Copa do Mundo.

“Nós compramos 550 milhões de doses e se você tomou, agradeça ao Presidente da República”, afirmou.

Segurança Pública, armas e Roberto Jefferson

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o adversário por conta de uma agenda de campanha realizada no Complexo do Alemão, uma comunidade carente no Rio de Janeiro. O candidato à reeleição disse que Lula esteve no local para “encontrar com chefe do narcotráfico”.

“Ninguém entra lá sem estar acompanhado da polícia. Foi lá para fazer proposta aos chefões para entregar os fuzis ou quis fazer média?”, atacou.

Lula respondeu que esteve no Complexo do Alemão “para visitar gente extraordinária”.

“Sou o único presidente que tem coragem de entrar em uma favela, tratar todo mundo com respeito, estar com uma gente trabalhadora, extraordinária, que quer ter chance de estudar, não quer ser vitimado pela polícia feroz. Fizemos maior programa de recolhimento de armas e demos acesso a livros. Quem está se beneficiando da sua política de armas é o crime organizado”, acusou o petista.

Bolsonaro disse, na sequência que a violência diminuiu em seu governo, enquanto durante o mandato do petista, o número de homicídios cresceu 30%.

“Eu não fui visitar traficante, transferi o Marcola para um presídio de segurança máxima e corte ligação com o crime organizado”, afirmou.

O nome de Roberto Jefferson surgiu no contexto em que os candidatos debatiam a política de armas.

“Seu modelo de paz é o [Roberto] Jefferson armado até os dentes atirando na Polícia Federal. No meu governo não vai ter arma, para ter arma vai ter que ter autorização das Forças Armadas e vamos fiscalizar”, afirmou.

“Roberto Jefferson era seu parceiro de roubalheira, determinei que ele fosse preso imediatamente porque o tratamento que damos a quem atira em policiais é a de bandido. Assim que eu trato”, respondeu o presidente.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.