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TSE amplia o próprio poder na reta final da eleição para excluir fake news

Resolução acelera o prazo para retirada de conteúdos online considerados enganosos pela corte

Ministro Alexandre de Moraes apresentou proposta de resolução para ampliar poderes da corte contra desinformação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira (20), por unanimidade, uma resolução que amplia o próprio poder da Corte para permitir a remoção de conteúdo considerado falso. A medida acelera o prazo para que postagens e notícias consideradas enganosas pelos ministros sejam excluídas das redes.

No dia das eleições em segundo turno, 30 de outubro, as plataformas terão 1h para excluir conteúdo considerado enganoso pelo TSE, com multa de R$ 100 mil por hora de descumprimento. Os ministros também decidiram, de forma inédita, que terão o poder de suspender temporariamente canais que insistirem na divulgação de material enganoso.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, tomou a iniciativa de apresentar a proposta de resolução. Em reunião com gigantes da tecnologia na quarta-feira (19), o ministro se queixou do alto volume de fake news relacionadas às eleições para a Presidência da República e do atraso das empresas para remover conteúdo manifestamente falso.

Impulsionamento

Outro ponto polêmico da resolução é a proibição de impulsionamento de propaganda partidária entre 28 de setembro e 31 de outubro. Os candidatos têm usado esta ferramenta para apresentar propostas e também para atacar adversários, ampliando o alcance de vídeos nas redes sociais. Reportagem da Itatiaia nesta quinta-feira (20) mostra que candidatos a presidente já gastaram R$ 17 milhões nesta modalidade. No primeiro turno, o investimento total com impulsionamento chegou a R$ 168,9 milhões, inclusive no dia da votação, em 2 de outubro.

Moraes, que é criticado por entidades como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (Abraji) por restringir a difusão de notícias e comentários com a justificativa de impedir a disseminação de conteúdo enganoso, apontou que a “proliferação de notícias fraudulentas e da agressividade dos discursos” tem piorado no segundo turno.

Direito de resposta

A disputa jurídica entre as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) fez com que o TSE concedesse 170 inserções de 30 segundos como direito de resposta a Lula e 14 a Bolsonaro. Considerando as entradas restantes até o fim da campanha eleitoral, em 28 de outubro, Lula terá 395 peças veiculadas, enquanto Bolsonaro ficará com 55.

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo