Um dia após ter tido a reeleição confirmada nas urnas eletrônicas, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), diz que “em mais um ou dois dias” deve confirmar, formalmente, o apoio ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais. O candidato à reeleição teve 43% dos votos válidos em todo o país - e o mesmo percentual em Minas Gerais, ficando atrás do ex-presidente Lula (PT), que obteve 48% em ambos os cenários.
Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira (3), Zema destacou negativamente as gestões do ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e da ex-presidente Dilma Rousseff, ambos do Partido dos Trabalhadores, para tomar a decisão.
“Nós sabemos que, no passado, o PT em Minas Gerais foi uma grande tragédia, uma das gestões desastrosas que o estado já teve. Sou mineiro, senti na pele o desastre em Minas e tenho obrigação de combater um governo que já causou danos enormes”, afirmou.
Romeu Zema criticou o saldo de desempregados ao fim da gestão de Dilma e confirmou que deverá anunciar apoio a Bolsonaro nos próximos dias, apesar de deixar claro que há diferenças entre os dois.
“Meu grande objetivo é combater o PT. Não que eu concorde totalmente com as pautas do governo federal, mas eu estarei, muito provavelmente, ao lado do presidente Bolsonaro, evitando que o desastre do passado se repita. Deveremos acertar isso em mais um ou dois dias”, confirmou.
Críticas a Lula
Na entrevista, Zema também não poupou críticas ao ex-presidente Lula, que disputa com Bolsonaro o segundo turno das eleições no dia 30 de outubro. Segundo ele, o petista perdeu “uma oportunidade de ouro” entre 2003-2010 ao deixar de realizar reformas. Para Zema, o “sucesso” da gestão de Lula, que deixou o cargo com mais de 80% de aprovação se deu a uma série de “coincidências”.
“A gestão Lula teve uma série de fatores e coincidências que favorecem, como o boom das commodities, a descoberta do pré-sal, a definição de que o Brasil sediaria a Copa e depois a Olimpíada e parecia que vivia um momento único. Coincidência. Foi um governo que não conseguiu levar adiante as reformas, apesar da alta popularidade e se mostrou um desastre na sucessão”, avaliou.
Declarações de Bolsonaro
Ainda durante a entrevista à CNN Brasil, Romeu Zema minimizou declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre mulheres ou contrárias a instituições e ao sistema democrático.
“O presidente, muitas vezes, exagera na eloquência, fica indignado e fala coisas no momento. Se fizermos balanço desses quatro anos não houve nenhuma ação concreta. Ele tem essa postura que faz pular da agressividade e da indignação. Mas eu temo muito mais os que não falam, mas agem na surdina, que é a maneira do PT de agir. Fala que é o bonzinho, o social, a favor da democracia e, na surdina, acaba minando, como nós já vimos. É bom ter análise crítica mais aprofundada”, encerrou.