Senadora em fim de mandato, a candidata à Presidência da República, Simone Tebet (MDB), centrou críticas ao atual governo, apresentou propostas para a saúde e educação e até fez um mea-culpa pelo envolvimento do próprio partido no escândalo do ‘petrolão’.
Durante embate com o candidato Luiz Felipe D’Avila (Novo), Tebet destacou as cirurgias atrasadas e apresentou três medidas para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Hoje, 20% das pessoas mais pobres, com câncer, morrem prematuramente porque não tem vaga no SUS para atendimento. Apresento três medidas: aumentar o dinheiro que o governo federal vai colocar no SUS, equipar hospitais com aparelhos necessários para atender a população e olhar para as Santas Casas”, afirmou.
Tebet defendeu o retorno do investimento no SUS, além da digitalização e a telemedicina.
“As mulheres da Amazônia precisam andar 200 km para levar um filho ao médico. Temos que reajustar a tabela do SUS. Dinheiro tem, mas vai para a corrupção”, criticou.
Agronegócio e meio ambiente
A candidata do MDB ressaltou por diversas vezes que um eventual governo conduzido por ela terá “desmatamento zero”.
“Temos que devolver os órgãos de controle para que eles consigam proteger as matas, os rios e mostrar que não é meio ambiente ou agronegócio, mas meio ambiente e agronegócio”, afirmou. Ela disse, ainda, que o governo deve cumprir o Acordo de Paris criticou uma declaração do ex-chanceler Ernesto Araújo, ao afirmar que o Brasil deve “deixar de ser pária internacional”.
“Preservar gera dinheiro e o mundo quer pagar porque nós temos o que o mundo quer: florestas. Vamos cobrar em dólar para quem quer comprar crédito de carbono. Esse dinheiro vai servir para gerar emprego e renda”, afirmou.
Em uma dobradinha com o ex-presidente Lula (PT) Simone disse que, enquanto eles debatiam, 3 mil árvores eram derrubadas na Amazônia.
“Seremos intolerantes e puniremos com rigor qualquer invasor, grileiro e minerador. Vamos fazer um ‘revogaço’ nos retrocessos do atual presidente da República”, completou.
Educação
Outro assunto que esteve presente durante a participação de Tebet no debate foi a educação. Segundo ela, o maior desafio do Brasil é descobrir como manter as crianças na escola.
“Vou mudar essa realidade e implementar o ensino médio em tempo integral. Vamos premiar em R$ 5 mil o jovem que se formar no ensino médio. Já fiz as contas. É a metade do valor do orçamento secreto”, afirmou.
Por fim, ela ainda fez uma mea-culpa sobre a participação do próprio partido, o MDB, em escândalos como o do ‘petrolão’, ao dizer que lamentavelmente integrantes da legenda estavam envolvidos com denúncias de corrupção.