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Guedes cita melhorias da economia e critica adversários: ‘falsificam a realidade’

Ministro da Economia falou sobre desafios do governo Bolsonaro e projeções de crescimento para os próximos anos

Ministro da Economia Paulo Guedes

O ministro da Economia Paulo Guedes afirmou nesta quarta-feira (28), em entrevista à rádio Jovem Pan, que o processo de recuperação econômica do país incomoda adversários do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentam “falsificar a realidade” para prejudicar o governo.

“Fomos vítimas de narrativas políticas falsificadas”, disse Guedes. “Previram uma recessão para esse ano de 1,5% na economia e eu avisei que iam passar o ano inteiro revendo esses números”, citou.

Guedes citou a redução de impostos e a manutenção das políticas fiscais de equilíbrio para melhorar o resultado da economia brasileira. “Foram 11 milhões de empregos foram preservados, com concessões, setor elétrico, aeroportos, gás natural, portos, ferrovias. Na hora que você cria esse ambiente de investimentos o dinheiro começa a entrar”, afirmou.

“América Latina está toda desmanchando, estamos vendo uma turbulência geral no mundo, e pode ser que o Brasil cresça, pela primeira vez em 42 anos, mais do que a China”, disse o ministro da Economia.

O ministro afirmou que houve momentos conturbados na relação com outros integrantes do governo Bolsonaro, mas que o presidente garantiu seu respaldo.

“Eu falei com o presidente: estou aqui é para ajudar, quem tem voto é o senhor. Nosso perigo é acontecer o que aconteceu com o Macri (ex-presidente da Argentina). Bolsonaro me falou que tinham 12 pedindo meu pescoço, alguns que queriam gastar mais do que o possível, todos com boa intenção, não era nada contra mim não. Tudo compreensível, pessoas que fizeram um trabalho extraordinário. Mas, se você perder a mão do compromisso fiscal, você destrói o país”, afirmou.

Teto de gastos

Paulo Guedes afirmou que o teto de gastos impediu o crescimento econômico do governo. Segundo ele, as afirmações que a regra fiscal foi desrespeitada são fake news. “Disseram que furamos o teto. Isso é fake news. O teto era pra governo não crescer e não estávamos crescendo”, afirmou.

Segundo Guedes, o teto de gastos era uma obra inacabada, uma casa sem paredes, com o chão comprimindo o teto com o aumento de despesas.

O ministro da Economia também argumentou que o Congresso precisa reassumir o orçamento público. “Fizemos em tempos de guerra o que os políticos não fazem em períodos de paz. A classe política mantém 96% do orçamento carimbado e briga por 4%", disse.

Apesar das críticas, Guedes declarou que nunca recebeu qualquer proposta indecorosa. “Não vi nenhuma proposta indecente no governo, se acontece no subterrâneo é outra conversa”, declarou

Governo Lula

O ministro da Economia afirmou também que o crescimento econômico dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu na esteira da estabilização atingida pelo País por meio do Plano Real. Segundo ele, Lula teve seus méritos por incluir os mais necessitados no orçamento público, por meio do Bolsa Família, mas a gestão Bolsonaro aumentou o gasto com benefícios sociais de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,5%.

“Lula conseguiu crescer na esteira da estabilização anterior, mas logo acabou o gás”, disse Guedes.

O ministro também criticou decisões judiciais, matérias jornalísticas e decisões de políticas que, segundo ele, são tomadas fora das quatro linhas. “Quando juiz do STF sai das quatro linhas, descredencia o Supremo. Eu também, de vez em quando, dou uma escorregada. O barulho da política abafou a realidade econômica”, declarou.

Guedes também voltou a afirmar que o Banco Central (BC) aumentou os juros corretamente para combater a inflação, mas a taxa deve cair no próximo ano.

Pesquisas

O ministro da Economia ainda questionou se as leis funcionam ou não no Brasil, diante do ex-presidente ser candidato à Presidência da República em 2022. Questionado sobre a possibilidade de uma pessoa que foi presa ser candidata, Guedes afirmou que o sistema precisa ser mudado. “Prender e ser elegível, o direito funciona ou não funciona? Não condeno pessoalmente A, B ou C, temos que mudar o sistema”, disse.

Ele voltou a afirmar que o nível de corrupção “desabou” durante o governo Jair Bolsonaro. Segundo ele, se casos de corrupção existem ocorrem nos porões de Brasília. “Se tiver corrupção em 20% do orçamento secreto é R$ 3 bi. A corrupção sistêmica desabou”, disse.

O chefe da equipe econômica também questionou alguns parâmetros usados em pesquisas eleitorais, como o Censo de 2010. “Nas pesquisas existem parâmetros. Usam o Censo de 2010. Muda parâmetro, dá vitória pra outro lado”, disse.

Guedes ainda declarou que para tirar o Brasil da rota de crescimento é preciso que o próximo presidente faça muita besteira. “Se houvesse bomba fiscal, que não há, reserva de liquidez é o dobro”, declarou.

Ideologia

O ministro da Economia afirmou também que a guerra de ideologias divide os povos. Segundo ele, o ideal é que existisse tolerância entre os pensamentos divergentes. “Não gosto de ditadura, sou democrata, fui parar no Chile para dar aula. A ideologia divide os povos e o ideal é que tivéssemos tolerância uns com os outros”, disse.

Guedes ainda afirmou que governo é vítima de narrativas políticas “totalmente falsificadas”. Segundo ele, uma delas é a de que o Brasil não cresce durante o governo. “O Brasil cresce menos do que a média do mundo há 30 anos, não é agora”, disse.

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