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Aécio rebate Lula e acusa PT de criar ‘indústria de fake news’ em 2014

Deputado federal respondeu a declarações de candidato à Presidência, que o acusou de criar clima de ‘animosidade’ no país

Aécio rebateu declarações de Lula e disse que ele inaugurou indústria de fake news no Brasil

O deputado federal Aécio Neves (PSDB) rebateu as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, em sabatina na CNN Brasil, na última segunda-feira (12), culpou o tucano pelo clima de “animosidade” do país.

Em nota, Aécio disse que os comentários do petista são “risíveis” e culpou o próprio Lula e o PT pelo discurso de “nós contra eles”.

“Agora, resolve me atribuir responsabilidade sobre o clima de polarização pelo qual passa o país, como se não tivessem sido ele e o PT os criadores do inesquecível “nós contra eles”, em que os que apoiavam o PT eram os bons, incapazes de cometer quaisquer pecados, e seus adversários, os maus, que deveriam ser dizimados a qualquer custo”, afirmou.

Ainda de acordo com Aécio, ele se sentiu “lisonjeado” com a força política atribuída a ele por Lula e ressaltou que o PT inaugurou a “indústria de fake news” contra sua candidatura nas eleições de 2014.

“Infelizmente, não a tive [a força política] para derrotar o PT, a máquina do Governo e a indústria de fake news inaugurada pelo seu partido em 2014, o que certamente teria poupado o Brasil e os brasileiros dos tristes episódios que se seguiram”, acusou.

As respostas de Aécio miram os comentários de Lula durante sabatina na última segunda-feira (12), na CNN Brasil. Na ocasião, o candidato à Presidência relembrou que Aécio pediu recontagem de votos no pleito daquela ano.

“O candidato que ela derrotou não quis aceitar o resultado. Foi a primeira vez. O Aécio afrontou a vitória da Dilma. Entrou com recurso na Justiça e é o responsável pelo clima de animosidade que se instalou neste país”, culpou.

Confira a nota, na íntegra:

Chegam a ser risíveis os recentes comentários do ex-presidente Lula em relação a mim, mas não deixo de me sentir lisonjeado com a força política que ele me atribui.

Primeiro, ao ser confrontado com as razões do impeachment da sua sucessora, Dilma Rousseff, ele diz que a culpa foi da oposição que eu fazia a ela no Senado, e não dos crimes de responsabilidade por ela cometidos, ou dos 3 anos consecutivos de recessão e desemprego em que mergulhou o país nem tampouco do assalto à Petrobras e aos fundos de pensão patrocinado por seus aliados.

Agora, resolve me atribuir responsabilidade sobre o clima de polarização pelo qual passa o país, como se não tivessem sido ele e o PT os criadores do inesquecível “nós contra eles”, em que os que apoiavam o PT eram os bons, incapazes de cometer quaisquer pecados, e seus adversários, os maus, que deveriam ser dizimados a qualquer custo além de, segundo líderes do seu partido, merecerem “apanhar na rua”, como sentiu na própria pele o Governador Mário Covas, vítima de covardes agressões naquele emblemático mês de junho de 2000 no centro de SP.

E isso, sem nos esquecermos do incansável “Fora FHC” que acompanhou o ex-presidente tucano nos 8 anos de seu mandato.

Devo, como já disse, me sentir lisonjeado com a força política que me atribui o ex-presidente mas, infelizmente, não a tive para derrotar o PT, a máquina do Governo e a indústria de fake news inaugurada pelo seu partido em 2014, o que certamente teria poupado o Brasil e os brasileiros dos tristes episódios que se seguiram.

Pelo visto, o ex-presidente está nostálgico e saudoso daquilo que ele vem chamando de “polarização civilizada” com o PSDB.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.