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Procurador-geral da República descarta ruptura democrática e cita inquéritos contra Bolsonaro

Augusto Aras citou pluralidade no parlamento e disse que instituições da República funcionam normalmente

Procurador-geral da República, Augusto Aras concedeu entrevista à Itatiaia

O procurador geral da República Augusto Aras descartou a possibilidade de um golpe ou de uma ruptura democrática após as eleições de outubro.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o chefe do Ministério Público Federal citou a abertura de oito inquéritos para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ressaltou que os casos estão tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não acredito (em ruptura democrática), porque encontro as instituições funcionando. Encontro agentes públicos do mais alto escalão da República comprometidos com a democracia. Compreendo que é da natureza da democracia o conflito de ideias e até de interesses. Afinal de contas, uma sociedade não é feita de pessoas desinteressadas ou apenas de pessoas somente virtuosas. O parlamento está bem representado, cada fatia da sociedade é representada ali”, afirmou Aras.

“É muito importante preservar nossa democracia. A tentativa de desestabilizar regime e instituições, através do medo e do pânico, da busca de criar meios artificiais de pavor, isso tudo é vedado no ambiente democrático e temos leis para isso”, continuou o chefe do MPF.

Aras rebateu as críticas sobre sua atuação na fiscalização do governo federal e citou oito inquéritos já abertos contra o presidente Bolsonaro. O procurador-geral é criticado por parlamentares de oposição por supostamente ignorar denúncias contra o governo.

“Nós contribuímos para cassar dois governadores de estado, denunciamos um governador e um vice-governador e outros 14 pessoas. Temos mais meia dúzia de governadores investigados. Fizemos oito inquéritos contra ministros de Estado, em razão destes inquéritos tiveram que renunciar a seus cargos. Temos oito inquéritos contra o presidente da República. Se alguém quer dar um golpe no presidente da República, basta um, não precisa de dois. Nós temos oito. Como estão os inquéritos? Estão tramitando nos termos do Supremo, que é o órgão que conduz esses inquéritos”, afirmou o chefe do MPF.

Ouça os trechos da entrevista do procurador-geral da República:

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.