O ex-presidente Lula disse nesta quarta-feira (17) que não se pode levar Ciro Gomes (PDT), rival na corrida presidencial, a sério. A afirmação foi dada após uma pergunta sobre corrupção quando ele era presidente da República. “Nada (a dizer). Não vou levar a sério o Ciro”, limitou-se Lula em entrevista à rádio Super Notícia.
Ao participar da sabatina do programa Roda Vida, da TV Cultura, na última segunda-feira (15), Ciro Gomes disse “Lamentavelmente eu vi o Lula se corrompendo. E a direção do PT virou uma organização criminosa”.
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Na entrevista dessa quarta-feira (17), Lula comentou também sobre o apoio de André Janones (Avante) e do Pros, partido que decidiu, nesta semana, retirar a candidatura de Pablo Marçal para se unir ao petista. Lula ressaltou ainda que vai precisar do apoio de todos, inclusive se for eleito.
“É importante deixar claro que, se a gente ganhar as eleições, vamos precisar de muita gente para tentar reconstruir o que foi desmontado no Brasil nos últimos seis anos, depois do golpe contra a Dilma”, afirmou Lula, destacando a importância de Janones na campanha.
Centrão
Ainda sobre governabilidade, o ex-presidente afirmou que, se eleito, conversará com todos os políticos que estão dentro do Congresso Nacional, incluindo o Centrão.
“O Centrão não é partido político. É um conjunto de forças políticas que se une de quando em quando a qualquer pessoa que tiver no governo na medida em que eles participem do governo. Eu obviamente, vou conversar com todo mundo, porque não há como governar sem conversar com todo mundo”, disse Lula.
O candidato disse que, em um eventual governo, vai trabalhar para desenvolver um projeto com medidas concretas e dessa forma “conversar com essa gente para que não fique fazendo conversa casual”. "É muito melhor você fazer um acordo programático com os partidos políticos e governar o País por quatro anos com uma certa tranquilidade”, defendeu.
Sobre manter diálogo com nomes como Roberto Jefferson, candidato à Presidência pelo PTB, e Valdemar Costa Neto, presidente do PL - ambos condenados no Mensalão -, Lula minimizou. “Eu posso conversar com o PTB sem precisar conversar com Roberto Jefferson. Eu posso conversar com o PL sem precisar conversar com o presidente do PL”, disse.
“O que é importante é que você estabeleça uma política de conversação com as pessoas que têm mandato, com lideranças que estão no Congresso Nacional para poder restabelecer uma política de boa convivência no Brasil”, continuou Lula.
“Essas pessoas cometerem erro, cometeram crime, foram julgadas mas essas pessoas estão livres e estão fazendo política. Não pode criminalizar porque a pessoa cometeu apenas crime, mas ele já foi julgado, já foi processado, já foi absolvido ou já cumpriu a sua pena. E a vida que segue. E aí você tem que conversar com as pessoas”, reforçou o ex-presidente.