O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) confirmou, neste sábado (30), uma aliança entre o seu partido e o PSDB, em Minas Gerais, para as eleições deste ano. Os trabalhistas indicaram o vereador de Belo Horizonte Bruno Miranda para a disputa do cargo de senador na chapa encabeçada pelo ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB).
Ciro compareceu à convenção estadual do partido que selou a aliança entre as legendas e oficializou a chapa de candidatos a deputado federal e estadual. Ele rasgou elogios a Pestana e defendeu a aliança com o PSDB no Estado.
“Preciso entrar em Minas de forma legítima. Preciso que líderes de Minas me credenciem, e o Pestana é uma liderança conhecida de vocês. É um homem honrado, com espírito público e longa história de luta pelo povo mineiro. Foi secretário de saúde num momento crítico da vida brasileira, me sinto muito honrado em somar meu modesto apoio aqui à candidatura do doutor Pestana. Estou com Bruno Miranda, que vai ser nosso senador, Duda Salabert e nossos companheiros.
Ciro voltou a disparar contra Bolsonaro e Lula.
“A gente precisa tomar muito cuidado para não entrar na lambança do Bolsonaro e do Lula, que são dois lambanceiros profissionais bastante habilidosos. Do Bolsonaro, inflação na cesta básica passa de 30%, salário mínimo com pior poder de compra em 20 anos, 10,8 milhões de desempregados. Bolsonaro não tem resposta para nenhum desses números. É uma tragédia. Os filhos são corruptos, as ex-mulheres são corruptas, o governo dele é intrinsicamente corrupto, e consolidou com status legal o mensalão do Lula. O Lula fez o mensalão e agora o Bolsonaro deu emenda do relator com status legal. Essa é a tragédia brasileira que o Bolsonaro, não podendo explicar, vai para o delírio autoritário. Excitar a turminha dele sobre urna eletrônica para nos distrair”.
Bruno Miranda
Bruno Miranda defendeu a candidatura de Ciro e criticou bolsonaristas e petistas.
“O bolsonarismo fomenta o ódio, a intolerância, ridiculariza e faz chacota de quem não pensa como eles. Estimula a análise rasa. Por outro lado, o petismo incentiva a rivalização e fomenta o antagonismo. Mas existe vida inteligente entre esses dois polos. Ciro representa a pacificação e o respeito ao direito ao contraditório”, afirmou.
Marcus Pestana, que deve ser oficializado candidato a governador no dia 4 de agosto, endossou. “Fomos companheiros em algumas jornadas e não tenho nenhuma dúvida de que a polarização dada faz mal ao país. É preciso uma alternativa a esses que estão aí. E Ciro tem legado e resultado”, afirmou.
A costura política do PDT de Ciro Gomes com o PSDB traz consequências à legenda. Se, por um lado, o pedetista ganha um palanque para fazer campanha em Minas Gerais, por outro, pode perder sua principal cabo eleitoral neste ano. A vereadora Duda Salabert, a mais bem votada da história de Belo Horizonte, criticou a aliança.
Duda Salabert
Em uma publicação nas redes sociais, Duda anunciou ter desistido da pré-candidatura ao Senado - vaga que acabou ficando com Bruno Miranda. Para justificar, ela disse que, embora estivesse bem posicionada nas pesquisas de intenção de voto para o cargo, não concorda com a aliança que o próprio Ciro costura para ter palanque do PSDB em Minas Gerais.
“Não quero participar de uma chapa para governo/Senado aliando-me com a turma do Aécio Neves”, disparou. “Tínhamos chances de vitória e sabemos que MG precisa eleger uma pessoa do campo popular para o Senado. Mas só aceitaria disputar se eu pudesse escolher a configuração da chapa majoritária, ou seja: nomes e partidos que comporiam a disputa para Governo e vice”, completou.
Durante a convenção, Duda foi candidata a deputada federal. No entanto, a concretização da aliança entre PDT e PSDB também pode atrapalhar esses planos e ela decidirá nesta semana se se disputará a vaga. A expectativa dos trabalhistas é de que a vereadora seja a principal puxadora de votos do partido.