O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira (21) que não pretende se lançar como candidato ao Palácio do Planalto e avaliou que a senadora Simone Tebet já tem seu nome consolidado no partido.
“O nome da Tebet já está consolidado no MDB. Reconheço que muita gente, muitos empresários, pleiteia que eu assumisse essa candidatura, mas não tenho essa disposição. Em segundo lugar, respeito a decisão partidária que escolheu Simone Tebet”, disse Temer, em entrevista para o portal UOL.
Perguntado sobre as chances reais de Tebet na corrida presidencial, Temer afirmou que eleições contam com episódios imponderáveis que podem mudar o cenário político. Ele citou a morte de Eduardo Campos, em 2014, e a facada no presidente Jair Bolsonaro, em 2018.
“O que chama atenção nas campanhas é o imponderável. Um deles foi a punhalada que recebeu do atual presidente Bolsonaro, que ajudou sua candidatura. Aquele falecimento triste em acidente aéreo do governador Eduardo Campos. A desistência do Doria, que ninguém esperava. Então, o imponderável conta muito”, disse Temer.
Barreiras para apoiar Lula
Sobre um possível apoio do MDB à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Temer citou “barreiras para o diálogo com petistas” e disse que seriam precisos gestos públicos de Lula para reconhecer “vitórias do governo Temer”.
“O ex-presidente Lula, e eu o conheço muito bem, fala a todo momento em golpe, diz que a reforma trabalhista foi coisa de escravocrata, que o teto dos gastos prejudicou o país, que a queda dos juros foi um equívoco, que a reforma do ensino médio prejudicou a educação. Então, como vou dizer que vou receber, dialogar ou apoiar alguém que quer destruir um legado positivo para nosso país?”, disse.
Uma parte do MDB, liderada pelo senador Renan Calheiros, se movimenta para que o partido declare apoio a Lula e abra mão da candidatura ao Planalto.
