Embora avalie positivamente a estrutura dos abrigos destinados às pessoas sem-teto de Belo Horizonte, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as causas do aumento da população de rua da cidade defende a ampliação da rede de proteção aos desassistidos. Nesta segunda-feira (13), representantes da CPI, conduzida pela Câmara Municipal, visitaram três abrigos mantidos pela prefeitura.
O entendimento é que, para ampliar o acolhimento aos desabrigados, é preciso impulsionar, por exemplo, programas que incentivem a geração de emprego e renda. Presidente da CPI das Pessoas em Situação de Rua, Braulio Lara (Novo) cita, por exemplo, a necessidade de dar mais impulso ao programa “Estamos Juntos”, que qualifica cidadãos a fim de facilitar a entrada no mercado de trabalho.
“A gente vê equipamentos (os abrigos) funcionando e bem montados, com metodologia de trabalho. O grande desafio da cidade é como integrar toda essa estrutura para diminuir, de fato, a população em situação de rua. É um problema desafiador e multisetorial. Não é uma apenas uma questão de assistência social, mas a cidade precisa fazer uma força-tarefa para conseguir atingir melhores índices”, disse.
Ao lado de representantes da equipe do prefeito Fuad Noman (PSD), Lara esteve em abrigos na Regiões Oeste e Noroeste de BH, além do Centro.
“O maior desafio da assistência social é resgatar a autonomia das pessoas”, completou o vereador.
Oferta e demanda
A Prefeitura de Belo Horizonte tem 20 unidades de proteção social, com 1,6 mil vagas. Os locais servem para abrigar públicos distintos, como famílias, adolescentes, homens e mulheres.
Segundo o mais recente censo do poder Executivo municipal sobre a população de rua na cidade, BH
“A partir do Censo (da população de rua), com os dados qualitativos e quantitativos, a prefeitura começa a ampliação de vagas. Acabamos de inaugurar três residências, inclusive, com deficiência, porque o censo nos mostrou que há pessoas em situação de rua com deficiência. Vamos ampliando nossa capacidade de acordo com a demanda”, explicou o subsecretário de Assistência Social da capital mineira, José Crus.