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‘Plano de Recuperação Fiscal não resolve o problema da dívida de MG’, diz presidente da Assembleia

Tadeu Martins Leite afirmou, nesta segunda (23), que pacote econômico apenas ‘posterga’ debate sobre débito bilionário

Tadeu Leite chamou de “medidas duras” as ações sugeridas por Zema no plano de Recuperação Fiscal

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), disse, nesta segunda-feira (23), que o plano de Recuperação Fiscal proposto pelo governador Romeu Zema (Novo) “não resolve” os problemas relacionados à dívida pública estadual junto à União. O pacote de ajuste econômico lista uma série de medidas a serem tomadas pelo poder público para viabilizar a renegociação de débito de cerca de R$ 160 bilhões.

“O plano de Recuperação Fiscal, apresentado pelo governo, se pensarmos no problema da dívida, não resolve o problema do estado de Minas Gerais. Na verdade, posterga o problema para daqui a nove anos. Estou dizendo que, daqui a nove anos, um novo presidente da Assembleia estará discutindo, com um novo governador do estado, o mesmo problema – ou, talvez, pior”, afirmou Leite, durante entrevista coletiva na sede da ALMG, em Belo Horizonte.

Os nove anos citados por Tadeu são o tempo de vigência da Recuperação Fiscal. O governo quer o aval da Assembleia ao pacote até 20 de dezembro deste ano, pois receia perder uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que mantém suspensa a necessidade de pagar as parcelas da dívida.

“Os valores que não serão pagos nesses nove anos, vão ser jogados para a frente, aumentando a dívida do estado. Mas, neste momento, a única opção que o estado tem é a discussão deste plano”, continuou o deputado estadual.

Tadeu Leite chamou de “medidas duras” as ações sugeridas por Zema no plano de Recuperação Fiscal. O documento propõe, por exemplo, à venda da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), responsável por explorar jazidas de nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba.

Saída politica

Tadeu Leite chamou o débito de Minas Gerais a União de “dívida histórica” e “problema grave”. Ele defendeu a construção de uma mesa de negociação para encontrar saídas aos problemas fiscais estaduais.

“Podemos, por exemplo, fazer discussões junto a Brasília e envolver vários atores para tentarmos discutir, em paralelo, o problema da dívida – e não só a postergação dessa discussão”, pontuou.

Além da privatização da Codemig, o plano de Recuperação Fiscal considera, ainda, a venda da folha de pagamentos dos servidores a uma instituição financeira. A expectativa é que a negociação renda mais de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.

O pacote considera duas recomposições salariais ao funcionalismo durante os nove anos – cada uma delas de 3%, conforme o IPCA.

Concursos públicos também devem ser congelados depois de 2024.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.