O vereador Henrique Braga (PSDB), conselheiro benemérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte, enviou um ofício ao prefeito Fuad Noman (PSD) para que ele receba um grupo de 14 parlamentares da oposição em uma reunião na prefeitura.
De acordo com o documento enviado à sede do Poder Executivo municipal nesta terça-feira (5), “a tratativa com os secretários municipais vem sendo insuficientes para tratar os pleitos do interesse de nossas comunidades”.
O grupo listado pelo vereador inclui o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), que responde a um processo de cassação do mandato após rompimento com parte da base de apoio de Fuad no Legislativo.
“Essa obstrução já vem, praticamente, de dois meses, desde quando o prefeito Fuad mandou muitas pessoas embora da prefeitura, trabalhadores, por retaliação devido ao problema da CPI da Lagoa da Pampulha. De lá para cá, começamos uma obstrução na pauta porque queremos um diálogo não só com o prefeito, como com os secretários”, afirmou o vereador Jorge Santos (Republicanos).
O episódio citado pelo parlamentar ocorreu em meio à conclusão de uma CPI que investigava contratos da prefeitura para a despoluição do espelho d'água. Um primeiro relatório, que pedia ao Ministério Público o indiciamento do então secretário de Governo, Josué Valadão, foi rejeitado pela comissão - que acabou encerrada sem a votação de um documento final.
Na ocasião, o presidente Gabriel Azevedo tentou emplacar uma segunda CPI sobre o mesmo objeto, mas a iniciativa foi barrada pela Justiça.
Já o líder de governo na Câmara Municipal, Bruno Miranda (PDT), lembrou um episódio em que Valadão compareceu a uma audiência pública no Legislativo mas foi xingado por Azevedo, que o chamou de “Josué Bandidão”.
“A PBH sempre dialogou com a Câmara. Mas à medida que o ex-secretário de Governo vem na Câmara e é xingado, enxovalhado, a prefeitura realmente se sente no dever de se manter distante já que o nível de discussão não é o que a cidade quer”, afirmou.