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Vice da Câmara de BH vai à Justiça para pôr em votação o afastamento de Gabriel da presidência

Juliano Lopes (Agir) defende que parlamentares decidam sobre possível suspensão do presidente do Legislativo caso processo de cassação contra ele seja aberto

Juliano Lopes e Gabriel Azevedo foram aliados na última eleição interna da Câmara de BH

O vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Juliano Lopes (Agir) protocolou, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um recurso contra a decisão judicial que impede a possibilidade de afastar o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) do posto de presidente da Casa. O recurso de Lopes foi enviado ao poder Judiciário nesta segunda-feira (4), dia que pode marcar a votação do afastamento de Gabriel e, também, da abertura do processo de cassação do mandato exercido pelo parlamentar.

A ação de Lopes contesta decisão emitida na noite de sexta-feira (1°) pelo juiz Luís Carlos Gambogi, que impedia a votação do afastamento. Segundo o magistrado, o Regimento Interno da Câmara de BH e tampouco a Lei Orgânica da capital mineira preveem a possibilidade de licença forçada de um vereador da presidência do Legislativo municipal.

Na sexta-feira, a fim de atrasar as votações que podem culminar na cassação de Gabriel, aliados do presidente lançaram mão de instrumentos previstos no Regimento da Câmara, como pedidos de questões de ordem e discursos.

O pedido de cassação de Gabriel foi apresentado pela deputada federal Nely Aquino (Podemos-MG), de quem ele era aliado. Nely e Juliano Lopes compõem a chamada “Família Aro”, grupo político ligado ao secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro (PP). Na representação contra o presidente, a deputada lista uma série de ocasiões em que ele teria quebrado o decoro parlamentar — e cita, por exemplo, o fato de ter chamado Wagner Ferreira (PDT) de “lambe-botas” e “resto de ontem”,

Se 21 vereadores votarem favoravelmente à admissibilidade da cassação de Gabriel, a Câmara vai ter de abrir um procedimento interno para investigar a denúncia. Uma comissão será formada para tratar do tema e terá 90 dias para emitir opinião a respeito do caso. Depois, em nova votação, caso haja 28 votos “sim”, o mandato é cassado.

A ideia do grupo de Marcelo era fazer, nesta segunda, além da análise da abertura da cassação, uma votação complementar, para decidir se Gabriel deixa a presidência até a conclusão das investigações.

A Itatiaia procurou Gabriel Azevedo e sua assessoria para obter comentário a respeito do recurso de Juliano Lopes. Se houver resposta, este texto será atualizado.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.