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MPF pede que Roberto Jefferson vá a júri popular e seja condenado por quatro tentativas de homicídio

Roberto Jefferson arremessou três granadas e disparou cerca de 50 tiros contra quatro agentes da Polícia Federal às vésperas do segundo turno das eleições

Ex-deputado Roberto Jefferson pode ser sentenciado a até 30 anos de prisão pelos crimes cometidos contra policiais federais

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal que Roberto Jefferson seja levado a júri popular pelas quatro tentativas de homicídio ocorridas em outubro passado, às vésperas do segundo turno das eleições, contra agentes da Polícia Federal (PF). Na ocasião, Jefferson resistiu ao cumprimento de um mandado de prisão expedido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado arremessou três granadas contra um delegado, um escrivão e dois agentes da PF e disparou cerca de 50 tiros contra o grupo.

A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal prevê que Roberto Jefferson responda por tentativa de homicídio com dolo eventual. Os procuradores afirmam que o político assumiu o risco de assassinar os quatro policiais ao atacá-los. Na contramão, os advogados de Jefferson sustentam que ele não assumiu o risco de matá-los; assim, deveria ser julgado por lesão corporal culposa, dano e resistência. Se a Justiça Federal acatar a denúncia do MPF, o ex-deputado poderá ser condenado a até 30 anos de prisão.

Saúde frágil. No início de agosto, o ministro Alexandre de Moraes acatou uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e solicitou que sejam feitos exames para avaliar o quadro clínico de Roberto Jefferson. O político está em prisão preventiva desde outubro do ano passado, e em junho acabou transferido para o Hospital Samaritano de Botafogo em decorrência de seu estado de saúde. Advogados pedem a revogação da prisão em função do estado de saúde. Moraes avalia se o hospital do sistema penitenciário de Bangu está apto para tratá-lo.

Histórico. Antes da prisão preventiva ser decretada por Alexandre de Moraes em outubro, Roberto Jefferson já cumpria prisão domiciliar há dez meses. Contudo, o político descumpriu as medidas cautelares impostas e manteve o uso das redes sociais. O ministro decidiu prendê-lo após as infrações, e a situação jurídica de Jefferson se complicou ao atacar os policiais federais que foram à casa dele para cumprir o mandado de prisão expedido.

Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.