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Vereador apresenta projeto de lei para impedir construção de bairro na área do aeroporto Carlos Prates

Braulio Lara quer mudar o zoneamento urbano do terreno e permitir apenas a instalação de atividades relacionadas ao desenvolvimento econômico da cidade

O vereador Braulio Lara

O vereador Braulio Lara (Novo) apresentou nesta terça-feira (18) projeto de lei para tentar impedir que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) construa um bairro no terreno onde o aeroporto Carlos Prates funcionou até abril deste ano.

A proposta do vereador, assinada por outros 12 parlamentares, é alterar o zoneamento do local para permitir que apenas atividades relacionadas ao desenvolvimento econômico se instalem no terreno.

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Atualmente, a área do aeroporto é classificada como de “grandes equipamentos de uso coletivo”. Isso dá autorização para a PBH construir moradias populares, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), centro esportivo, centro cultural, escola e parques. O projeto da prefeitura foi detalhado na segunda-feira (17).

O aeroporto Carlos Prates foi desativado no dia 1º de abril após diversos acidentes com aeronaves no local nos últimos anos. A decisão partiu do governo federal, a quem o terreno pertence atualmente. A posse da área está em processo de transferência para a Prefeitura de Belo Horizonte.

Braulio Lara afirma que seu objetivo é retomar o funcionamento do aeroporto e outras estruturas relacionadas à atividade, como a escola de aviação. Apesar da intenção, não há nada no projeto de lei que garanta que, uma vez alterado o zoneamento, o aeroporto voltará a funcionar no terreno.

“Já existem centenas de imóveis prontos no centro da cidade que poderiam ser reformados e transformados em unidades habitacionais. Além disso, foram feitas inúmeras promessas para as áreas do Isidoro e Granja Werneck, e nada avançou. Agora o prefeito quer usar o mesmo discurso populista de moradia popular ao custo de um aeroporto pronto em área privilegiada da capital”, disse o vereador.

“Até o início desse ano, a política habitacional da cidade não tinha a área do aeroporto no seu escopo. O que foi discutido na última Conferência de Política Urbana de 2022 apontava os investimentos habitacionais em outros locais. É um absurdo que pretendemos corrigir com o projeto apresentado”, concluiu Lara.