Ouvindo...

Campos Neto pode ter que dar explicações ao Senado no dia seguinte à reunião do Copom

Deputado petista antecipou que presidente do Banco Central irá ao Senado no dia 3 de agosto; decisão do Copom sai no dia 2

Campos Neto terá que explicar política de juros do Banco Central a senadores em agosto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pode ter que comparecer ao plenário do Senado no dia 3 de agosto - dia seguinte à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que definirá a nova taxa básica de juros, que hoje está em 13,75%.

A informação é do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que participou de reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Nesta quarta-feira (5), líderes de nove partidos da Câmara dos Deputados, todos da base do governo Lula, assinaram uma petição que pede a abertura de um procedimento de apuração, pelo Senado, sobre a política monetária do Banco Central. Representantes do PT, PV, MDB, PSD, PSol, PSB, PDT, PCdoB e Rede se reuniram com Pacheco para pedir que a Casa apure suposto “vício de finalidade” nas ações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para a manutenção da taxa de juros no patamar atual.

Veja mais:

“Hoje essa petição entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi um movimento importante de vários partidos, de várias lideranças. E de pronto houve a resposta do presidente do Senado que anunciou que vai convocar o presidente do Banco Central para uma audiência no plenário no próximo dia 3 de agosto”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

A data, se confirmada, será logo após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do BC responsável por definir a taxa básica de juros, que ocorrerá entre os dias 1º e 2 de agosto.

“Então, ele vai ter que vir logo depois, no Senado. A gente acha inadmissível uma taxa Selic de 13,75% quando a inflação no acumulado de 12 meses tá 3%, 4%", completou o deputado.

Campos Neto na pauta

Pacheco já havia anunciado a decisão de convocar Roberto Campos Neto, duas vezes ao ano, para prestar esclarecimentos sobre a política de juros.

Na última semana, em Portugal, onde participou do XI Fórum Jurídico de Lisboa, Pacheco defendeu que o Senado coloque em prática o artigo 11 da Lei Complementar que criou a autonomia do Banco Central.

Conforme a legislação, a autoridade que estiver à frente da instituição financeira deve comparecer ao Plenário do Senado no início do primeiro e do segundo semestre, “em arguição pública”, para “apresentar o relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior”.

“Vamos cumprir fielmente, sem prejuízo de convites feitos por comissões, mas no Plenário do Senado Federal, já nos primeiros dias de agosto a arguição pública do presidente Roberto Campos Neto para que possa, sua Excelência, demonstrar as razões pelas quais a taxa de juros ainda está em 13,75% no Brasil considerando todos esses fatores econômicos e financeiros que temos hoje, propícios para a redução da taxa de juros”, defendeu Pacheco na ocasião.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.