O chanceler argentino, Santiago Cafiero, subiu o tom em relação a negociação do acordo entre Mercosul e União Europeia e disse “o acordo deve ser bom para ambos” e não apenas para uma das partes. Apesar das dificuldades, segundo o ministro argentino das relações exteriores, o acordo com a União Europeia é uma necessidade.
"É uma oportunidade concreta de reconfiguração dos mapas de produtivos de geração de novas tecnologias para as transformações que estamos vendo nas cadeiras de valor. O acordo pode ser, em nossa opinião, um veículo para o Mercosul potencializar sua participação e reacomodação do mapa da produção e do trabalho”, afirmou Cafieiro.
Ainda segundo ele, o acordo pode funcionar como um marco para mudanças nos setores de energia, mineral, de serviços e de saúde.
No entanto, para funcionar é necessário fazer ajustes. “Para que o acordo tenha bons resultados para ambas as partes é necessário trabalhar e atualizar os textos de 2019. “O acordo entre Mercosul e União Europeia, tal como foi fechado em 2019, reflete um esforço desigual entre blocos assimétricos e não responde às necessidades”, avaliou. O chanceler argentino citou assimetrias entre os blocos como o PIB da União Europeia seis vezes maior que o do Mercosul e o fato de 25 dos 27 países do grupo europeu tem PIB maior do que qual qualquer um dos membros do bloco sul-americano.