O governador mineiro Romeu Zema (Novo) confirmou, nesta sexta-feira (28), que a administração estadual e Minas Arena, concessionária do Mineirão, chegaram a um acordo para viabilizar, no Gigante da Pampulha, partidas de futebol dos clubes do estado a partir de maio.
Embora o trato seja favorável a Atlético e Cruzeiro, que historicamente costumam jogar a maioria de suas partidas no Mineirão, o acordo beneficia, sobretudo, a Raposa. Mais cedo, a Itatiaia
“O Mineirão continuará sendo o palco do futebol mineiro. Ele foi construído há 58 anos com esse objetivo e os jogos no Gigante da Pampulha estão garantidos. A união do Governo de Minas, clubes e concessionária resultou na volta das partidas ao gramado a partir de maio”, escreveu Zema, no Twitter.
A primeira partida do Cruzeiro na volta ao Mineirão pode ser em 10 de maio, contra o Fluminense. O jogo será válido pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.
Inicialmente, as negociações apontavam para um acordo de três anos. No entanto, as partes optaram por assinar um contrato válido até o fim desta temporada. As condições para a permanência do Cruzeiro no Mineirão nos próximos dois anos estão alinhadas, conforme soube a reportagem.
O imbróglio em torno do Mineirão motivou a criação de uma mesa de diálogo que teve representantes do governo, da Minas Arena e de América, Atlético e Cruzeiro. Deputados estaduais também participaram dos debates.
Pelo lado do Executivo, as articulações foram tocadas, sobretudo, pelo secretário de Estado de Governo, Igor Eto, e pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Pedro Bruno.
“Estamos bastante satisfeitos de chegar nesse resultado tão importante para a população mineira e vamos seguir adiante agora com futebol, com eventos e tudo que o Mineirão tem para nos proporcionar”, afirmou Bruno.
Detalhes comerciais travavam acerto
O que travava o acerto entre as partes eram detalhes comerciais relacionados. Segundo apuração da Itatiaia, as discordâncias estavam relacionadas ao pedido do Cruzeiro sobre compartilhamento de receitas na venda nos bares, estacionamento, camarotes, além da parte que cabe ao clube da venda de ingressos.
A Minas Arena discordava de alguns pedidos do clube celeste e não aceitava compartilhar determinadas receitas. Ambas as partes abriram mão de alguns pedidos para que pudessem chegar a um denominador comum.
Mais de quatro meses depois, a situação entre Cruzeiro e Mineirão foi destravada. É que Ronaldo, dono de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste afirmou em janeiro de 2023 que o clube celeste não mandaria suas partidas no Mineirão.
O Fenômeno falou à época que o Cruzeiro havia rompido relações com a Minas Arena, concessionária que administra o Gigante da Pampulha.
“Desde que assumimos a gestão do Cruzeiro, a necessidade de ter um estádio para chamar de nosso, tentamos durante o ano passado inteiro de chegar a uma boa relação com o Mineirão, com a Minas Arena. A Minas Arena não facilitou muita coisa pra gente. A gente entende que poderiam facilitar muito mais coisas, mas dei voto de confiança, principalmente, ao Gabriel (Lima) e ao Enrico (Ambrogini) para que tocassem essa relação com a Minas Arena”, revelou o Fenômeno, em janeiro, numa live em seu canal na Twitch.
Pouco antes, o diretor do Mineirão, Samuel Lloyd, já havia revelado que o Cruzeiro não faria partidas do Campeonato Mineiro no Gigante da Pampulha.
Em meio às conversas, houve a possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Minas Arena. O comitê que contou com representantes de Executivo e Legislativo, porém, ajudou a distensionar a questão.