O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou nesta quinta-feira (13) um centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, empresa chinesa de tecnologia considerada estratégia para o 5G no Brasil e criticada pelo governo dos Estados Unidos.
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Durante o encontro, Lula e primeira-dama Rosângela Silva experimentaram um óculos de realidade virtual da companhia.
Em 2021, uma comissão federal de comunicação dos Estados Unidos incluiu a empresa chinesa em uma lista de empresas de tecnologia considerada de “risco inaceitável” à segurança nacional.
Os norte-americanos acusam a Huawei de usar ferramentas tecnológicas para espionar outros governos. A empresa chinesa nega as acusações.
A viagem de Lula à China está sendo marcada por recados ao governo dos Estados Unidos. O presidente brasileiro fez um discurso defendendo que os países emergentes deixem o dólar de lado e passem a buscar o comércio usando outras moedas.
Recados e implicações
A visita de Lula à fábrica da Huawei tem implicações mais importantes - tanto para a empresa quanto para o governo.
De acordo com Renato Cruz, professor do centro universitário Senac e especialista em tecnologia, a Huawei tem posição de destaque no mercado de infraestrutura de telefonia celular - a empresa permaneceu no país, no mercado 5G, recentemente adotado. A companhia chinesa está no Brasil há 25 anos.
Segundo o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, a importância da Huawei no mercado de tecnologia brasileiro recai principalmente nos setores de telecomunicações e inteligência artificial.
“A infraestrutura das teles aqui no Brasil em grande parte está com a Huawei. Essa empresa tem uma importância em avanços na área do 5G e da inteligência artificial”, afirmou.
A empresa é uma gigante da tecnologia. Fabricante de equipamentos de telecomunicações, obteve lucro líquido de US$ 5,1 bilhões no ano passado. Um valor expressivo, mas 68,7% de recuo na comparação com o ano anterior. É justamente a pesquisa e o desenvolvimento os motivos apontados para a queda do lucro da companhia.
Ao divulgar esses números, recentemente, no fim de março, a companhia explicou que está investindo em pesquisa básica e inovação em áreas como inteligência artificial, armazenamento e compartilhamento de dados em nuvem, além de componentes automotivos e tecnologias de software.
“Tivemos aumento das despesas com pesquisas, mas acreditamos que esses investimentos vão se traduzir em ganho de competitividade no futuro com melhores produtos e soluções”, afirmou na época da divulgação o diretor de comunicação corporativa para América Latina, Michael Chen, em entrevista coletiva.
(Com agências)