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Garimpeiros ilegais da terra indígena Yanomami assinam Starlink clandestinamente

Preços são muito superiores aos oferecidos no site oficial da companhia

Garimpeiros ilegais que atuam em terra indígena Yanomami usam Starlink de forma clandestina

Com preço de até R$ 9,5 mil, antenas da Starlink são compradas no WhatsApp por garimpeiros ilegais que atuam na terra indígena Yanomami, em Roraima. Segundo a revista Carta Capital, o comércio ocorre em grupos online em que eles se reúnem.

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Além de o custo do equipamento ser quase cinco vezes o preço anunciado pela empresa (R$ 2 mil), a mensalidade do serviço sai por R$ 2,5 mil: isso é mais de 10 vezes mais que o plano básico (R$ 230) assinado no site oficial. Como o serviço é via satélite, está disponível mesmo em áreas remotas, como é o caso dessa região.

A ação ocorre desde novembro de 2022. O aumento da velocidade da internet elevou a produtividade da atividade clandestina. Nas redes sociais, os garimpeiros encontram transporte em áreas de garimpo ilegal e venda de mercúrio. Os mesmos usuários que revendem Starlink, comercializam ouro e cassiterita extraídos ilegalmente.

A revenda de serviços da Starlink infringe as regras da empresa. Não há, entretanto, menção a eventuais punições aplicadas a infratores. No Brasil, não há fiscalização do uso da internet em atividades ilegais — como o garimpo clandestino na Amazônia.

Vitor Urner, representante legal da Starlink no Brasil, diz em entrevista ao portal Brasil de Fato que não tem autorização para se posicionar publicamente. Ele destaca que é apenas um intermediário para que a companhia atue no Brasil. No site da empresa, não há telefones de contato disponíveis.