Brasil, Portugal, Uruguai, Paraguai e Argentina. Todos esses países tiveram algo em comum no domingo (30): o interesse pelo nome do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os dados são do
Os primeiros minutos de Lula após ser eleito presidente do Brasil Leia, na íntegra, pronunciamento de Lula após vitória nas eleições 2022
O pico das pesquisas foi registrado às 19h56 de domingo, pouco depois de ele ter sido confirmado como eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O movimento não é inédito: desde 2004, o interesse por Lula aumenta em momentos decisivos:
na reeleição para presidente, em 2006;
quanto teve a nomeação para ser ministro do Governo Dilma suspensa, em 2016;
na prisão por acusação de corrupção, em 2018;
na saída da prisão, em 2019;
na anulação das condenações, em 2021.
O interesse internacional foi acompanhado de perguntas em inglês sobre o político. Veja, a seguir, as principais delas (com tradução livre para português):
Quem é Lula?
Qual é a idade de Lula?
Lula é corrupto?
Lula é comunista?
Lula é socialista?
Na semana passada, uma publicação de
Valorização da ciência e da tecnologia
Com a vitória de Lula, há expectativa de retomada de investimentos em Ciência e Tecnologia. Segundo seu plano de governo, esses segmentos “têm caráter estratégico e central para o Brasil se transformar em um país efetivamente desenvolvido e soberano, no caminho da sociedade do conhecimento”.
Desde 2019, essas áreas passaram por cortes e congelamento de recursos. Apenas em 2022, a redução foi da ordem de R$ 1,7 bilhão. Para 2023, o orçamento aprovado prevê mais 21% de redução.
O
Outra proposta envolve “o uso de inteligência artificial, biotecnologia e nanotecnologia em processos produtivos sofisticados com maior valor agregado”, bem como “assegurar internet de qualidade em todo território nacional”. Não há, entretanto, detalhes sobre o tipo de conexão, o público, os custos e os prazos.
Ao Tilt, Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), diz que o setor de ciência e tecnologia confia em Lula como presidente. “Na eleição de 2002, não acreditávamos e víamos com certa desconfiança. Em 2006, vimos que a parceria com CNPq e Capes estavam sendo bem trabalhadas, com o fortalecimento do setor.”
Já Hugo Aguilaniu, do Instituto Serrapilheira, destaca que Lula propõe voltar à normalidade. “Isso é bom. Lula entende que precisa recompor o orçamento de Ciência e Tecnologia. O CNPq deve ter um orçamento digno e a Capes financiar as bolsas”, aponta. “Estamos num momento devastador, com universidades desligando as luzes para economizar. (...) Lula sempre teve carinho pela Ciência. Ele não é cientista, não entende de Ciência, mas dava importância aos ministros da área, que sempre tinham contato privilegiado com ele. Isso dá esperança.”
Helena Nader, pesquisadora e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) considera que recompor os cortes já demonstra valorização da área. “A proposta do presidente vai no sentido de valorizar a Ciência, como fez em seus governos anteriores”, avalia. “Uma grande diferença é a visão que cada um tem do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT): Lula descontingenciou 100% dos recursos e Bolsonaro o contingenciou por 5 anos.”