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Aluno aprende a fazer bomba no TikTok e fere colegas de escola no Chile

Explosivo foi levado para a sala de aula em mochila e, ao explodir, atingiu 14 estudantes dos 37 presentes

Estudante aprendeu a fazer bomba no TikTok

Uma bomba caseira com receita disponível em um vídeo do TikTok foi o artefato usado por um menor, de 17 anos, para ferir ao menos 14 estudantes de uma escola de ensino médio de Santiago, no Chile. A bomba estava na mochila do aluno e, no início das aulas, explodiu e afetou 14 estudantes entre os 37 que estavam na sala.

O estudante foi detido pela Polícia após a explosão para explicar a posse e a manipulação de explosivos. Sergio Cordero, diretor do Centro Educacional Diego de Almagro, de Peñalolén, o estudante colocou "ácido muriático [usado na limpeza de tubulações e vendido em lojas de ferragens apenas para adultos] e papel alumínio em uma garrafa de plástico” para produzir o item.

Cordero diz que o aluno é venezuelano e não tem um bom desempenho acadêmico. “Ele está arrependido e suspendemos as aulas porque nos disseram que os bombeiros devem limpar a área. Levamos os alunos ao Serviço de Atenção Primária de Urgência (Sapu) por precaução”, explica.

A conta do município de Peñalolén no Twitter disse que equipes de saúde e segurança humana atenderam e ofereceram apoio. “Fomos informados de ferimentos leves por traumas acústicos e dermatológicos.”

No Chile, o retorno às aulas presenciais após a pandemia de covid-19 tem sido marcado por casos de violência entre alunos do ensino médio, professores e pais. "É a violência instalada nos bairros que está representada. Ela se reflete nas diferentes instâncias da sociedade. Temos de cuidar da violência como fenômeno. Apesar de a escola não ser municipal, temos mecanismos para apoiá-la”, aponta Carolina Leitao, prefeita de Peñalolén.

Os casos de abuso físico e psicológico entre estudantes no Chile aumentaram 22% em relação ao nível pré-pandemia, segundo a Superintendência de Educação do país. “Vamos procurar a escola para dar apoio, saber o que acontece com esse menino, em que situação ele está e se ele está em um programa de intervenção. Se não, apoiá-lo com equipes psicossociais”, informa Carolina.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o TikTok para saber quais são as políticas da empresa para conteúdos desse tipo e como a plataforma lida com eles. A companhia informa que, para comentar, precisa do link do vídeo associado à ação do estudante [ao qual não temos acesso]. Não houve detalhamento de como esse material é tratado quando é inserido na rede social.