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Coldplay: muito além da luminosa xyloband

Banda distribuiu acessório para uso no Rock in Rio, mas ela não é a única tecnologia adotada pelos músicos

Banda adota diferentes tecnologias, especialmente para garantir a sustentabilidade

Um dos destaques do show da banda britânica Coldplay no Rock in Rio 2022 foi a pulseira com iluminação colorida distribuída aos fãs que assistiram à atração. Com sete LEDs de um lado, bateria e receptor infravermelho do outro e feita de plástico de cana-de-açúcar, a xyloband — uma referência à turnê Mylo Xyloto, quando o acessório foi usado pela primeira vez — é programada para combinar com o show.

Criadas por Jason Regler, um fã do Coldplay, as 100 mil xylobands distribuídas durante o show usam tecnologia semelhante à dos controles remotos de TV. O sinal enviado a ela é programado pela produção que os LEDs acendam, pisquem ou mudem de cor conforme o ritmo da música.

Transmissores a prova d'água são instalados no palco para permitir a comunicação. Dessa forma, a banda obtém um efeito luminoso colorido e único, já que é criado tanto pela interação quanto pela movimentação do público presente.

Um modelo diferente da pulseira foi usado na apresentação da banda no Alianz Parque Arena, em São Paulo, em 2017. Em Paris, o Coldplay distribuiu o acessório em show realizado no mês passado. E a xyloband já foi usada por grupos de K-Pop, em eventos esportivos e até em festas de marcas como Porche, Redbull, Coca-cola, Nike, Vodafone, Heineken e MTV.

Como usa plástico de cana-de-açúcar, tem impacto ambiental 400% menor que o plástico das garrafas de refrigerante. Como é feita para reagir apenas aos comandos vindos do equipamento instalado no palco, a pulseira não funciona no dia a dia. A equipe dos músicos pede, inclusive, que ela seja devolvida ao fim da apresentação. Quem ficou com ela, tem uma recordação, mas não há uso prático.

Mais tecnologia

A xyloband não é, entretanto, a única tecnologia usada pelo Coldplay. A banda adota outros recursos para tornar seus shows mais interativos e, ainda, mais sustentáveis. A turnê atual, que inclui o show realizado no Rock in Rio e as apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo em outubro, usa pistas de dança cinéticas e bicicletas estacionárias para obter energia dos fãs e armazená-la em baterias. Depois, ela é usada em diferentes elementos do show.

Guy Berryman, baixista da banda, lembra que não é necessário ser extremamente sério. “As atrações são muito divertidas”, disse em entrevista à Associated Press. "É assim que a adoção vai aumentar: se for vista menos como uma espécie de responsabilidade onerosa e mais como uma oportunidade de fazer algo divertido.”

Além disso, a turnê tem um aplicativo, especialmente desenvolvido em colaboração com a SAP. A ferramenta combina experiências interativas e imersivas com recursos para ajudar os fãs a tomarem decisões mais sustentáveis em relação a transporte.

Os próprios músicos têm buscado fazer a turnê o mais sustentável possível. Essas viagens são muito danosas para o meio ambiente: shows ao vivo emitem 405 mil toneladas de gases de efeito estufa anualmente. Em média, uma turnê lança 35 toneladas de gás carbônico por ano.

No app, os usuários podem ver como diferentes meios de transporte contribuem para a pegada de carbono. Ao selecionar a opção — carro, táxi, trem, ônibus, bicicleta, avião ou a pé —, é possível ver o impacto real. Aqueles que optam por transporte mais sustentável para ir aos shows recebem códigos de desconto para usar na loja online do Coldplay.

Além disso, a banda usa a solução SAP Analytics Cloud para obter insights a respeito da pegada de carbono dos fãs a partir de dados inseridos no app. Isso vai permitir que os músicos rastreiem como a turnê ajuda a compensar as emissões de carbono. “O app é envolvente e ajuda nossos fãs a escolherem formas mais sustentáveis de ir até os shows”, avalia o Coldplay.