A diarista Graça Moreira de Andrade, moradora do bairro Palmeiras, na Região Oeste de Belo Horizonte, levou um susto no mês de maio, quando sua conta de água passou dos R$ 36 que estava acostumada a pagar para R$ 100. Contudo, supôs um aumento no consumo e apertou as contas, no intuito de conseguir pagar o valor quase três vezes mais alto.
No mês de julho, no entanto, o valor ficou insustentável para a mãe de dois filhos, de 17 e 21 anos. A conta veio com o valor de R$ 1.028 reais, um aumento de 2.755%.
Segundo Graça, ela e os filhos não aumentaram o número de banhos, número de vezes em que as roupas são lavadas ou quantidade de faxinas realizadas na casa. Ela e a família continuaram com a mesma rotina e não sabem explicar como a conta saiu de R$ 36 para mais de R$ 1000 em dois meses. “Quando vi, quase infartei. Não tem condições uma mudança dessas em um período tão curto e sem eu ter esse aumento de consumo. Somos só três pessoas aqui em casa”, explica.
De acordo com a diarista, o período de julho é um dos piores do ano em sua área de atuação, já que as pessoas viajam de férias e diminuem a contratação de faxinas. “Eu não tenho condições para isso. Para pagar essa conta, eu não vou comer, não vou pagar a luz, vamos ficar sem outras coisas aqui em casa”, afirma.
Graça já acionou a Copasa, que também está enviando para sua casa contas no nome de sua mãe, falecida há dez anos. “Meu irmão foi até a Copasa para mim, pois eu tinha que trabalhar, e eles disseram que houve erro no sistema, mesmo”, diz. Mas a conta no nome da mãe persiste. “Eles tiraram o hidrômetro, não sei por que continuamos recebendo essa conta.”
Em nota, a empresa informou que o caso foi encaminhado para o setor responsável, que irá analisar as contas da consumidora. A empresa diz que o sistema da Copasa conta com mecanismos de verificação automática do consumo e, nos casos em que a leitura estiver fora dos parâmetros esperados, essa fatura é retida e começa um procedimento de checagem de eventuais distorções. Depois de revisada, a fatura é entregue no imóvel do cliente.
A Copasa dedica um trecho da nota para dizer que muitas vezes há alteração no consumo do cliente, como em períodos festivos como Final de Ano, Carnaval e picos de calor. Diz ainda que há possibilidade de algum vazamento interno oculto. Por fim, a Copasa diz que, como na Região Metropolitana, mais de 80% dos padrões de água se situam dentro dos imóveis, pode acontecer algum caso decorrente da dificuldade de execução de leitura dos meses anteriores.