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Mineiro esquartejado por amigo teve discussão ‘boba’ com ele na véspera, diz irmã: ‘Ninguém merece morrer desse jeito’

Vítima morava com autor do crime e o ajudou a conseguir emprego em padaria da capital fluminense; Bruno Guimarães da Cunha Chaves segue preso

Tiago Lourenço Morgado nasceu em Belo Horizonte e morou também em Betim e Contagem

Será sepultado às 15h desta quinta-feira (18), no Cemitério da Saudade, na região Leste de Belo Horizonte, o corpo do mineiro Tiago Lourenço Morgado, de 36 anos, vítima de um crime brutal no Rio de Janeiro. Ele foi assassinado e esquartejado pelo colega de trabalho Bruno Guimarães da Cunha Chaves, que está preso.

“Meu irmão era um homem bom, trabalhador. Ninguém merece morrer desse jeito”, desabafou Jacilaine Morgado, irmã da vítima. Foi ela quem encontrou os restos mortais de Tiago dentro da casa onde ele morava com Bruno, na comunidade do Morro de São Carlos, na capital fluminense.

Tiago nasceu em Belo Horizonte e morou também em Betim e Contagem. Desde 2019, vivia no Rio de Janeiro com a irmã. Há cerca de dois anos, passou a dividir a casa com Bruno. Tiago também conseguiu um trabalho para Bruno na padaria. “Tiago tinha o sonho de trabalhar com panificação, era o que ele mais gostava de fazer”, contou Jacilaine.

Discussão no trabalho

Segundo funcionários da padaria, os dois colegas teriam discutido na sexta-feira (11), anterior ao crime. “Parece que foi uma briga banal, coisa de trabalho”, relatou a irmã. No sábado (12), Tiago desapareceu.

No dia seguinte, Bruno enviou uma mensagem ao gerente dizendo que iria se mudar, o que levantou suspeitas, já que Tiago era conhecido por seu comprometimento. “Ele nunca faltava, amava trabalhar lá”, acrescentou Jacilaine.

Diante do sumiço e das mensagens estranhas, as irmãs decidiram ir até a comunidade. “Eu bati na janela e ele resolveu abrir. Disse que o Tiago já tinha mudado há dias”, relatou. Câmeras flagraram ele sozinho fechando a padaria, e Bruno foi visto na rua.

Irmãs fora até a casa

Depois disso, percebeu uma movimentação dentro da casa de Bruno. “Aí ele jogou Pinho Sol, sentimos o cheiro, e falei: ‘Tem uma coisa estranha’”, contou.

Ao entrar na casa, Jacilaine notou que o local estava extremamente sujo. Em um momento, Bruno se posicionou na frente da geladeira, e ela ordenou que a abrisse. “Ele disse que eu não podia mexer ali, mas insisti. Quando ele abriu, vi vários sacos. Comecei a gritar: ‘Ele matou meu irmão’.”

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Foi então que Bruno então confessou o crime. Segundo ele, o corpo de Tiago foi esquartejado, partes foram processadas em um liquidificador, cozidas e armazenadas na geladeira. Outros restos foram jogados na privada e descartados com descargas.

“Nem conseguimos reconhecer [o corpo] direito. Ele sabia o que estava fazendo. Premeditou tudo. Achou que ia limpar a cena e seguir a vida normalmente”, disse a irmã, abalada. Bruno foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A motivação do crime ainda está sendo investigada.

Jacilaine conta que fez questão de trazer o corpo de Tiago para ser enterrado em Belo Horizonte, próximo da mãe e dos avós. “Isso confortou muito o nosso coração”, afirmou.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.