Um homem suspeito de ser o chefe do tráfico de drogas em Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, foi preso pela Polícia Civil (PC) nesta quarta-feira (5). Procurado pela Interpol, ele estava foragido por envolvimento em estelionato contra idosos, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e homicídios.
A prisão aconteceu durante da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que foi responsável por indicar a identidade de um dos sete presos na operação Hermes, deflagrada no último 29 de março, no Rio de Janeiro.
O homem, segundo a polícia, é o chefe de uma organização criminosa atuante no tráfico de drogas em Governador Valadares. O homem estava foragido por envolvimento em estelionato contra idosos, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e homicídios.
A polícia informou, ainda, que o indivíduo preso pertence a um grupo criminoso rival ao grupo que sequestrou, em 2022, uma servidora pública de Governador Valadares, no bairro Santa Rita.
O suspeito foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Na casa dele foram encontradas duas pistolas com numerações raspadas, além de dois veículos roubados.
O nome verdadeiro do suspeito consta na lista vermelha de procurados da Interpol por homicídio, uma vez que ele teria fugido para Portugal. O laudo de exame de confronto papiloscópico produzido pelo Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal comprovou a verdadeira identificação do foragido na justiça de Minas Gerais.
Operação Hermes
A ação policial foi deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ). A operação teve como finalidade desarticular um grupo criminoso que enganou idosos com a falsa promessa de lucros na revenda de cotas e títulos de um clube de viagens, que funciona há várias décadas.
As vítimas, segundo a PC, eram atraídas por sites falsos da empresa na internet e contatadas via ligações telefônicas por pessoas que se passavam por funcionários, os quais alegavam que as cotas do clube estavam muito valorizadas e que havia grandes redes de turismo nacionais e internacionais interessadas em adquiri-las, oferecendo para revendê-las.
Falsas empresas de turismo e do clube de viagens, além de pessoas se passando por empregados de instituições bancárias, enganavam os titulares através da cobrança de altas taxas (averbações, escrituras, câmbio, débitos aéreos e marítimos, traslados) como forma de atualizar e transferir as propriedades das cotas. Os suspeitos também encaminham documentos falsos para a residência das vítimas, com o intuito de dar veracidade às falsas alegações.
Pelo menos 15 pessoas e sete empresas compõem a organização criminosa e estima-se que eles atuam há mais de nove anos.
Foram cumpridos sete mandados de prisão temporárias e 15 de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, bem como em empresas. Foram apreendidos aparelhos celulares, dispositivos eletrônicos, quatro veículos, uma motocicleta, três armas de fogo, documentos falsos, munição, dinheiro em espécie. A operação foi denominada Hermes em referência ao deus grego das viagens.