No segundo dia de promessa de paralisação dos metroviários, as 19 estações do metrô de Belo Horizonte amanheceram abertas nesta quarta-feira (29). “Os trens estão circulando com intervalos de 15 a 20 minutos nos horários de pico e 25 a 30 minutos nos horários de vale”, informou a concessionária que administra o serviço. Entretanto, passageiros relatam atraso nas viagens.
Nessa segunda-feira (28),
Desde às 5h15, os ouvintes da Itatiaia relataram que os trens estavam mais lentos do que o normal. A reportagem entrou em contato com a Central de Monitoramento de Segurança do Metrô, que informou que, por enquanto, o funcionamento está normal, sem qualquer tipo de alteração.
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Marcos Lima, assessor de comunicação da Sindimetro, afirma que o governo precisa colaborar para construir um acordo especial com a categoria.
“O principal objetivo dos trabalhadores é conseguir um acordo especial para os próximos doze meses em que conste a transferência desses trabalhadores para outros órgãos governamentais ou pra outras unidades da CBTU. Para isso, tanto a empresa Comporte, que hoje é a que tem a concessão do metrô, como o Governo Estadual, como Governo Federal, vão que ter que colaborar”, explica.
Nota da Sindimetro
“A greve continua!
Os trens circularam precariamente hoje e vão funcionar só até as 20 horas. Dificilmente a empresa conseguirá operar amanhã, haja vista a previsão de adesão ao movimento. A Comporte vem fazendo enorme pressão sobre os trabalhadores com propostas esdrúxulas e práticas antissindicais, inclusive com descumprimento do ACT ao impedir a entrada dos diretores do sindicato nas dependências da empresa.
Os trabalhadores da CBTU/MG, que estão no Rio de Janeiro prestando serviço em órgãos governamentais, receberam um telegrama para se apresentarem em Belo Horizonte até o dia 30 de março. São cerca de 250 trabalhadores nessa situação.
O Sindimetro irá encaminhar ao governo federal uma ACE- Acordo Coletivo Especial, que permitirá a prestação de serviço na concessionária e o retorno ao governo após 12 meses diante do direito de arrependimento.
Para a próxima semana, o sindicato tem uma reunião agendada com o Ministério do Trabalho e Emprego MTE, em Brasília, para tratar da questão dos trabalhadores e estuda a possibilidade de enviar dois trabalhadores de cada área para a reunião.
De todas as formas o governo federal é que tem o poder para resolver a situação colocar fim ao impasse.
A greve tem o objetivo de mobilizar o Governo Estadual, a Comporte, a CBTU/AC, a CBTU/MG e o Governo Federal para a construção desse ACE.
Esta é a última batalha dos metroviários de BH, motivo pelo qual, amanhã, a categoria, em greve, vai reforçar com os demais trabalhadores que venham para o movimento.
Entre as ações propostas será feito um debate com a população mineira sobre a privatização, às 14h, na Praca 7, na sexta-feira, com a possibilidade de participação de alguns parlamentares.
A próxima assembleia está agendada para a próxima quinta-feira, dia 30/3, às 17:30h, na praça da estação e até lá os metroviários seguem mobilizados.
É importante salientar que a greve também é responsabilidade da CBTU/MG, hoje administrada pela empresa Comporte, que até o momento não chamou o sindicato para negociação do
R$ 25 milhões
O Grupo Comporte venceu o leilão para privatização do metrô de Belo Horizonte em 22 de dezembro do ano passado. A companhia foi a única participante do certame e apresentou um lance de R$ 25 milhões. Com isso, ela se compromete a realizar investimentos para melhoria das estações, além de conduzir as obras de expansão da linha 1 e construção da linha 2.
Em nota, o Grupo Comporte/Metrô BH informou que recebeu comunicado do Sindimetro sobre a greve, mas que “não tem ingerência” sobre a pauta reivindicada pelos metroviários. A empresa ainda diz que irá tomar “ações necessárias” para garantir o “direito de transporte sobre trilhos de 100 mil pessoas diariamente”.
Com informações de João Eduardo Santana