Sem plano fiscal, rombo nos Correios pode chegar em R$ 23 bilhões

Cenário extremo foi avaliado pelo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, durante apresentação do plano de recuperação da empresa

Estatal tem prejuízo acumulado de R$ 6,1 bilhões em 2025

O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou que sem o plano de reestruturação, o rombo no caixa da estatal pode saltar para R$ 23 bilhões. Nesta segunda-feira (29), o executivo apresentou o plano com a contratação de um empréstimo de R$ 12 bilhões e um programa de demissão voluntária para cerca de 15 mil servidores.

Segundo Rondon, em um cenário de estresse, sem nenhuma correção para gerar liquidez na empresa, o resultado negativo no caixa da empresa é potencializado e pode ter um avanço significativo no próximo ano. “Por isso, a correção de rota precisa ser feita de forma rápida”, disse o presidente dos Correios.

O empréstimo contratado com o grupo de bancos composto por Santander, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Caixa, deve assegurar a liquidez da companhia até março. Os R$ 12 bilhões serão usados na recuperação do caixa, com o pagamento e negociação de todas as obrigações em atraso.

O plano prevê um ganho de R$ 7,4 bilhões por ano, com R$ 4,2 bilhões em corte de gastos e R$ 3,2 bilhões com o aumento da receita. Segundo Rondon, o primeiro momento é contemplado pelo gasto de recursos financeiros para viabilizar a melhoria nas despesas da estatal.

“Em 2026, o que a gente fala da necessidade de captação é para a empresa ter fôlego de implementar as melhorias que a gente vai conseguir colher parte em 2026, mas integralmente só em 2027”, disse.

Mesmo com o empréstimo de R$ 12 bilhões, os Correios devem precisar de mais R$ 8 bilhões para tocar o plano, assim como era previsto inicialmente pela administração da estatal. Segundo o executivo, ainda não foi definido como esses recursos serão captados, seja por meio de um aporte da União ou até mesmo um novo empréstimo.

Leia também

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.
Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

Ouvindo...