Para o pequeno e médio industrial, o circuito de comando deixou de ser apenas um emaranhado de cabos e contatores para se tornar o sistema nervoso da competitividade. No mercado brasileiro onde 14 de 24 setores industriais enfrentam defasagem tecnológica severa, entender como esses circuitos ditam o ritmo de
A transição para a chamada Indústria X já se impõe como uma condição de sobrevivência para quem deseja transformar dados em lucro real no chão de fábrica. Dados apresentados no Encontro Nacional de Automação (ENA 22) pelo professor e palestrante Carlos Boechat, diretor de engenharia e tecnologia da Vale e ex-diretor associado da Accenture, apontam que esses setores defasados respondem por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O cenário evidencia que a maturidade digital média da indústria brasileira, estagnada em 39%, precisa de um salto qualitativo para não perder fôlego no cenário global.
Por que o pequeno e médio industrial deve se importar?
Para quem gera operações de menor escala, o interesse por circuitos de comando e linhas automatizadas responde a uma questão de sustentabilidade financeira.
Automatizar processos permite:
- Redução de desperdícios: sistemas precisos garantem o uso otimizado de matéria-prima e energia.
- Consistência na qualidade: a automação mitiga a variabilidade, reduzindo taxas de rejeição e aumentando a satisfação do cliente.
- Aumento do OEE: o índice de eficiência global cresce quando circuitos de comando são integrados a sensores que preveem falhas antes da parada da linha.
- Segurança e produtividade: o uso de tecnologia protege o trabalhador e eleva a produção por hora trabalhada.
Dominar esses conceitos é o primeiro degrau para que uma linha de produção ganhe a agilidade necessária para competir com grandes players.
O renascimento das linhas automatizadas
A automação evoluiu de um conceito estático para um ecossistema dinâmico. Os dados apresentados no ENA apontam que a adoção eficiente de novas tecnologias é a prioridade número um para 64% dos executivos na América do Sul.
A evolução das linhas agora passa por pilares fundamentais:
- Convergência IT/OT: a integração entre sistemas de gestão (ERP) e as máquinas do chão de fábrica (Shop Floor).
- Inteligência de ativos: torres de controle permitem monitorar e resolver problemas remotamente, impulsionando a otimização por meio de dados.
- Robótica avançada: o uso de robôs colaborativos (Cobots) e veículos autônomos (AMRs) otimiza a intralogística
O desafio de sair do papel
Um dos maiores obstáculos enfrentados hoje é a chamada “paralisia do piloto”. Muitas indústrias ficam presas em testes isolados e encontram dificuldades para aplicar essas melhorias em toda a fábrica. Hoje, menos de 40% das indústrias brasileiras conseguem levar suas inovações para além da fase de testes. Para Boechat, o foco não deve ser apenas comprar a tecnologia mais moderna, mas sim entender o valor real que ela trará para o caixa da empresa e para a produtividade da equipe.
O fator humano: máquinas não trabalham sozinhas
Embora os circuitos de comando controlem o ritmo das máquinas, o sucesso de qualquer automação depende das pessoas. No Brasil, vivemos um cenário curioso: o trabalhador é esforçado, mas muitas vezes está desmotivado. Um dado da Accenture acende o alerta: 62% dos profissionais brasileiros cumprem o horário, mas não se sentem envolvidos o suficiente para sugerir melhorias ou inovar. Eles “estão” no trabalho, mas não estão “pelo” trabalho.
Para o dono da indústria, o recado é direto: não basta trocar a fiação e instalar sensores se a equipe não entender como a tecnologia facilita o dia a dia deles. O papel do líder é mostrar que a modernização não serve para substituir pessoas, mas para livrá-las de tarefas repetitivas e perigosas.
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