A prévia da inflação voltou a subir em julho, apesar da segunda queda consecutiva nos preços dos alimentos. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,33% no mês, acima da taxa de 0,26% registrada em junho.
A alta foi puxada principalmente pelo reajuste nas contas de luz, que compensou o alívio no grupo de alimentação. Mesmo com o impacto positivo dos alimentos, o resultado representa a maior variação para um mês de julho desde 2021, quando o índice ficou em 0,72%.
Com o avanço de julho, a prévia da inflação acumula alta de 5,3% em 12 meses - acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Apesar disso, o Banco Central projeta que a inflação voltará ao centro da meta até o primeiro trimestre de 2026. A estimativa foi apresentada pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, em carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Alimentação no domicílio puxa deflação do grupo
O grupo alimentação recuou 0,06% em julho, mantendo a tendência de queda iniciada em junho (-0,02%). O alívio nos preços foi impulsionado pela alimentação no domicílio, que caiu 0,4% no mês. Entre os itens com maior retração estão batata-inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%).
Por outro lado, o tomate voltou a subir (+6,39%) após queda no mês anterior. No acumulado do ano, os alimentos ainda registram alta de 4,28%, mas analistas apontam que o comportamento benigno dos preços pode se manter pelos próximos dois meses.