Manter um plano de saúde empresarial tornou-se um desafio financeiro crescente para a indústria brasileira. Em 2024, o reajuste médio dos contratos corporativos foi de 17,5%, segundo levantamento realizado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI) em parceria com o SESI e a Fiesp.
Diante desse cenário, o industrial precisa buscar alternativas para equilibrar as contas sem cortar benefícios. A resposta pode estar na prevenção:
O peso do uso no reajuste
A sinistralidade é, basicamente, o “consumo” do plano. Quanto mais exames, consultas e internações seus funcionários utilizam, maior é essa taxa. E é ela que as operadoras usam para calcular o aumento da mensalidade no ano seguinte.
Muitas empresas, especialmente as menores, ainda não gerenciam esse indicador. A pesquisa do ONI, Sesi e Fiesp mostra que 41% das indústrias não possuem estratégia definida para controlar a sinistralidade, e cerca de 40% sequer monitoram esse dado ou não sabem como fazê-lo.
É aqui que a gripe entra na conta. Uma simples infecção por influenza pode levar a visitas ambulatoriais e, em casos graves, a internações hospitalares. No sistema privado, o custo de uma hospitalização é significativamente alto, impactando diretamente o histórico de uso da empresa.
O custo invisível da improdutividade
Além da fatura do plano de saúde, existe um prejuízo que não chega via boleto, mas afeta o chão de fábrica: a perda de produtividade.
Um estudo desenvolvido pela Origin Health Company com apoio da Sanofi Pasteur revelou que os custos indiretos, como faltas ao trabalho (absenteísmo) e queda de rendimento (presenteísmo), representam a maior fatia do prejuízo gerado pela doença.
Confira os números do impacto da gripe na produtividade:
- Os custos indiretos correspondem a cerca de 69% de todo o impacto econômico da doença;
- Em um ano, o Brasil chega a perder cerca de 12 milhões de dias de produtividade devido à influenza;
- O impacto financeiro total da doença no país ultrapassou a marca de R$ 5,6 bilhões em 2019.
Para o pequeno industrial, que muitas vezes conta com equipes enxutas, a ausência de um funcionário por gripe desfalca a produção e gera custos imediatos que poderiam ser evitados.
Prevenção como estratégia de economia
A boa notícia é que parte da indústria já acordou para essa realidade. A vacinação aparece como a linha de cuidado mais priorizada nos programas de promoção à saúde das empresas, citada por 50,2% dos gestores ouvidos pelo ONI, Sesi e Fiesp.
Essa estratégia funciona em duas frentes. Primeiro, evita que o funcionário adoeça e falte ao trabalho. Segundo, impede que ele precise usar o plano de saúde para tratamentos complexos e caros, ajudando a segurar o reajuste anual.
Entre as motivações para oferecer planos de saúde, pequenas empresas destacam justamente a redução do absenteísmo e do turnover (rotatividade de funcionários). Ou seja, cuidar da saúde é também uma decisão financeira inteligente.
Desafios para a pequena indústria
Apesar dos benefícios claros, ainda há um longo caminho a percorrer. Quase metade das empresas (48%) declara não ter nenhum programa de saúde ativo.
A barreira principal é financeira: 67% dos gestores apontam o custo elevado como o maior obstáculo para implementar melhorias. No entanto, especialistas indicam que investir em ações pontuais, como a vacinação, ainda sai mais barato do que arcar com a doença.
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