A realidade virtual (VR) tem se consolidado como uma ferramenta estratégica para preparar operadores industriais. De acordo com Braz Dias de Andrade Junior, gerente da Unidade Senai de Sete Lagoas-MG, referência em tecnologias 4.0, a imersão proporcionada pela tecnologia eleva significativamente o aproveitamento do treinamento.
“Nada é mais efetivo que uma experiência prática imersiva”, afirma à Itatiaia. Para ele, formações exclusivamente teóricas entregam baixa retenção, enquanto a VR cria um ambiente digital fiel a máquinas, processos e cenários reais. Com óculos e controladores, o operador interage com o mundo virtual como se estivesse no chão de fábrica, mas sem qualquer exposição a riscos.
Redução de falhas e prevenção de acidentes
O uso de simulações permite que erros comuns como sequência incorreta de comandos, falhas de segurança ou ajustes errados de máquinas, sejam corrigidos antes que o trabalhador execute o procedimento em campo.
Segundo Braz, existem dois grupos de falhas evitadas: as que deixam de ocorrer no dia a dia após o treinamento e aquelas cujas consequências deixam de existir durante o próprio processo de formação.
“É comum que os colaboradores errem nas primeiras execuções. Em um ambiente controlado, as consequências dessas falhas são eliminadas”, explica.
Situações críticas, emergências e cenários raros também podem ser praticados sem risco de danos ao patrimônio ou de interrupção da produção.
Além disso, a experiência gamificada, com feedback imediato, aumenta a motivação e a retenção do conteúdo aprendido.
Vantagens sobre treinamentos presenciais tradicionais
A VR elimina a necessidade de estruturas físicas complexas e permite que operadores repitam processos quantas vezes forem necessárias, sem desgaste de equipamentos ou consumo de materiais.
Para Braz, os benefícios vão da segurança total à simulação de cenários raros e complexos. Entre as vantagens, ele destaca:
- Repetição ilimitada dos procedimentos;
- Ausência de risco físico;
- Liberdade geográfica, sem necessidade de deslocamento;
- Feedback imediato sobre erros e acertos;
- Maior engajamento por meio da gamificação.
“A experiência prática num ambiente virtual simulado transforma o aprendizado em um jogo, o que melhora a retenção”, afirma.
Ganho mais rápido de proficiência
O tempo de aprendizagem varia conforme a complexidade do processo e o nível de fidelidade do ambiente virtual. Mesmo assim, Braz aponta que o operador costuma dominar procedimentos básicos em poucas horas de prática.
“Em geral, o aprendizado é mais rápido e efetivo que em métodos teóricos porque a experiência é envolvente”, observa. Ele reconhece que algumas habilidades ainda exigem treinamento presencial, mas destaca que a VR acelera etapas e reduz a necessidade de simulações físicas mais robustas.
Tecnologia necessária e aplicações além do treinamento
Para implementar um programa de realidade virtual, as indústrias precisam de um conjunto de recursos tecnológicos, como óculos de VR, controladores, sensores de movimento, computadores de alto desempenho e softwares de simulação industrial. Em muitos casos, é necessário criar um digital twin (gêmeo digital 3D) da fábrica para reproduzir com precisão o ambiente.
As aplicações, porém, não se limitam ao treinamento. Segundo Braz, a mesma estrutura pode ser usada para otimizar processos, testar mudanças de layout e simular novos parâmetros de produção.
“A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), através das consultorias Senai, já promoveu melhorias significativas na produtividade de indústrias mineiras através dessas ferramentas”, garante o profissional.
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