Tecnologia eleva a precisão nas análises de combustíveis e resíduos

Avanços em normas, equipamentos e metodologias tornam o controle de qualidade mais rigoroso e acessível às empresas

Equipamentos modernos ampliam a precisão e reduzem o tempo das análises laboratoriais

Garantir que os combustíveis comercializados no país estejam dentro dos padrões de qualidade e que os resíduos industriais sejam corretamente classificados depende de metodologias analíticas cada vez mais rigorosas.

Segundo Giselle Carolina da Fonseca Andrade, pesquisadora em Tecnologia do Senai-MG, esse processo passa por uma combinação entre normas técnicas, inovação tecnológica e capacidade laboratorial.

Como a análise garante qualidade e detecta fraudes

Giselle explica que os laboratórios seguem parâmetros definidos por organismos reguladores.

“Os laboratórios de controle de qualidade em combustíveis analisam diversos parâmetros físico-químicos que já são definidos nas resoluções da ANP, seguindo métodos das normas ABNT e ASTM”, afirma à Itatiaia.

Ela lembra que o mercado é monitorado mensalmente. “A ANP realiza o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis, que coleta amostras em postos de todo o país para análise em laboratórios contratados”, diz. Esse rastreamento permite identificar não apenas inconformidades, mas também fraudes.

Normas e testes que classificam resíduos tóxicos

No caso dos resíduos industriais, a classificação segue critérios estabelecidos pela ABNT. “A classificação é realizada conforme a ABNT NBR 10004:2024, que define as regras para diferenciar resíduos perigosos e não perigosos”, explica Giselle.

Ela acrescenta que os testes utilizam protocolos reconhecidos internacionalmente: “As análises seguem metodologias como o Standard Methods e os métodos USEPA SW-846, que permitem identificar metais pesados, compostos orgânicos voláteis, pesticidas e outros contaminantes”.

Inovação acelera resultados e amplia precisão

O avanço tecnológico transformou a rotina dos laboratórios. Segundo Giselle, processos que antes eram complexos agora podem ser conduzidos de forma automatizada, com maior sensibilidade e eficiência.

Ela destaca que as técnicas espectroscópicas NIR e FTIR permitem análises rápidas, não destrutivas e com preparo mínimo de amostra, reduzindo custos no médio e longo prazo.

Equipamentos portáteis também passaram a fazer parte do dia a dia. O uso de sensores avançados permite estimar propriedades dos combustíveis diretamente em campo.

Para a pesquisadora, a evolução das técnicas cromatográficas também foi decisiva: “Hoje conseguimos separar centenas de componentes presentes nos combustíveis e identificar contaminantes mesmo em níveis traços”.

Velocidade, segurança e acesso

Giselle reforça que a tecnologia tornou o processo mais acessível às empresas. “A automação reduz a exposição dos profissionais, diminui erros e aumenta a produtividade, permitindo resultados que antes levavam horas ou dias serem entregues em minutos”, explica.

Além disso, a digitalização trouxe mais controle aos processos. “Os sistemas LIMS garantem rastreabilidade completa e padronização das análises dentro do laboratório”, diz.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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