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Contudo, um estudo global intitulado “National, regional, and global trends in insufficient physical activity among adults from 2000 to 2022” (Tendências nacionais, regionais e globais da atividade física insuficiente em adultos de 2000 a 2022) , publicado na revista The Lancet Global Health revela que estamos perdendo essa batalha. Pior, estamos regredindo.
A análise, que consolidou dados de 507 pesquisas populacionais envolvendo milhões de participantes, traz um diagnóstico assustador: em 2022, quase um terço dos adultos em todo o mundo (31,3%) não atingiu os níveis mínimos recomendados de atividade física. Esse número representa um aumento preocupante em relação aos 23,4% registrados em 2000.
Estamos nos movendo menos, e a conta está chegando, não apenas para os sistemas públicos de saúde, mas diretamente para o balanço das empresas.
O custo da cadeira vazia
O debate sobre atividade física migrou da esfera da estética para a da estratégia corporativa. O que o estudo chama de “atividade física insuficiente” (definida como menos de 150 minutos de atividade moderada ou 75 de atividade vigorosa por semana) é um fator de risco direto para o que mais aflige o capital humano.
A inatividade, apontam os pesquisadores, eleva o risco de “doenças não transmissíveis, baixa função física e cognitiva, ganho de peso e problemas de saúde mental”. Para uma empresa, essa lista traduz-se em custos tangíveis:
- Absenteísmo: O aumento de doenças crônicas.
- Presenteísmo: A “baixa função cognitiva” e a “saúde mental debilitada” descrevem um colaborador fisicamente presente, mas mentalmente exaurido e incapaz de entregar seu potencial.
- Perda de Talentos: O estudo nota que a inatividade física aumenta acentuadamente em pessoas com 60 anos ou mais. Em um mundo onde a força de trabalho envelhece e a retenção de sênior é vital, a inatividade acelera a perda de quadros experientes.
Um alvo fora de alcance
O mundo corporativo opera com metas (KPIs), e a meta global de saúde está falhando. A Assembleia Mundial da Saúde estabeleceu o objetivo de reduzir a prevalência da inatividade física em 15% (relativo a 2010) até 2030.
A trajetória atual, no entanto, é oposta. O sedentarismo aumentou de 26,4% em 2010 para 31,3% em 2022. Se as tendências atuais continuarem, o estudo é categórico: a meta global não será atingida.
Esse fracasso coletivo revela também profundas desigualdades. De maneira global, a prevalência de inatividade é maior entre mulheres (33,8%) do que entre homens (28,7%). Ignorar essa disparidade é uma falha da ordem da má gestão de talentos, que deixa uma parcela significativa da força de trabalho mais vulnerável.
Esporte como estrutura essencial
Se a inatividade é um passivo, o esporte e a atividade física em seu sentido mais amplo, é o ativo que o neutraliza. A solução, segundo os autores do estudo, exige “esforços multissetoriais conjuntos”. O setor privado não pode mais se dar ao luxo de tratar o tema como um benefício periférico, como um simples desconto em academias.
Promover o esporte no ambiente corporativo tornou-se uma política de gestão de risco. Empresas que ativamente facilitam e incentivam o movimento (seja através de pausas ativas, fomento ao transporte não motorizado, horários flexíveis que permitam a prática ou programas de saúde que vão além do básico) estão, na prática, investindo na sua própria produtividade futura.
Elas estão blindando suas equipes contra a deterioração cognitiva e mental e construindo uma força de trabalho mais resiliente e longeva. O esporte deixou de ser apenas uma ferramenta de prevenção de doenças crônicas; ele é, hoje, parte de uma estrutura essencial para a sustentabilidade de qualquer negócio que dependa de pessoas saudáveis, alertas e engajadas.
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