Para muitos gestores, a
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) joga luz sobre esse cenário. Ao analisarem o comportamento do setor produtivo entre janeiro de 2022 e junho de 2023, os especialistas identificaram um padrão preocupante: a indústria brasileira não apenas falha em
O abismo competitivo é evidente quando olhamos para fora. Enquanto o Brasil registra uma taxa de mortalidade de 7,4 por 100 mil trabalhadores, países que são referência em produtividade industrial, como a Finlândia e o Reino Unido, ostentam índices de 0,7 e 0,8, respectivamente. A correlação é direta: ambientes desorganizados, onde o risco é alto, são menos produtivos.
O diagnóstico: identificar o problema não é resolvê-lo
A pesquisa da UFBA e do MTE mergulhou em 5.547 autos de infração para entender onde as empresas estão errando. O resultado surpreende ao mostrar que o maior problema não é necessariamente a falta de recursos para comprar equipamentos, mas a ausência de inteligência na gestão.
- Falha no plano de ação: A infração mais recorrente, com 1.330 casos, foi a inexistência de um plano de ação estruturado.
- Gestão inexistente: Em segundo lugar, 990 empresas foram autuadas por simplesmente não terem implementado nenhum processo de gerenciamento de riscos.
Esses números indicam que muitas companhias até conseguem perceber que o perigo existe, mas travam na hora de desenhar a solução. É o equivalente industrial a diagnosticar uma doença e não prescrever o remédio. Sem um plano de ação claro, o risco permanece ativo, pronto para paralisar a linha de produção a qualquer momento.
A roleta russa das micro e pequenas empresas
O levantamento aponta que o desafio é ainda mais crítico para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Responsáveis por 62% dos empregos no país e 99% do tecido empresarial, esses negócios operam muitas vezes no limite da capacidade operacional.
A pesquisa indica que a ausência total de gestão de riscos é proporcionalmente maior nas MPEs do que nas médias e grandes corporações. O motivo, frequentemente, é a tentativa do empresário de “abraçar o mundo”.
Na ânsia de reduzir despesas, muitos gestores tentam decifrar sozinhos a complexa legislação de saúde e segurança. O resultado é um “barato que sai caro": ao não delegar essa função técnica, o gestor ocupa seu tempo com burocracia e, ainda assim, deixa a empresa vulnerável a passivos trabalhistas e interdições.
A ilusão da economia via multas baixas
Existe uma lógica perigosa que circula nos bastidores: a de que o risco da multa compensa. De fato, os valores das penalidades financeiras analisados no estudo variam de R$ 1.201 a R$ 5.245. Somado a isso, o Brasil vive um déficit histórico de fiscalização, operando com apenas 53% do quadro ideal de auditores.
Essa combinação cria uma falsa sensação de segurança. O empresário aposta que não será fiscalizado ou que, se for, a multa será pagável.
No entanto, essa visão ignora o custo real. O verdadeiro prejuízo de uma gestão de SST falha não está no boleto da infração, mas na instabilidade do negócio. Um único acidente grave pode gerar custos indenizatórios que superam, em muito, o investimento anual em uma consultoria especializada.
Terceirizar para crescer
A conclusão implícita nos dados da UFBA e do MTE é que a gestão de riscos moderna exige um nível de especialização que dificilmente um empresário generalista conseguirá atingir sozinho.
As normas atuais são detalhadas e exigem documentação técnica rigorosa, como inventários de risco e planos de ação monitorados. Tentar absorver essa demanda internamente, sem a devida expertise, tem se provado uma estratégia ineficaz para as pequenas indústrias.
Em um mercado que não tolera amadorismo, a proteção da integridade física dos colaboradores deixou de ser apenas uma obrigação legal para se tornar um diferencial de inteligência. Delegar a complexidade técnica para quem entende do assunto permite que o industrial foque no que realmente importa: a inovação e a expansão do seu negócio.
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