Cultura de segurança: um pilar da SST para a prevenção de acidentes na indústria

Estratégia global da Organização Internacional do Trabalho (2024-2030), foca em sistemas de gestão integrados e diálogo social para reduzir acidentes e doenças ocupacionais

Sistemas de gestão integrados e diálogo social podem reduzir acidentes e doenças ocupacionais

Trabalhadores em todo o mundo ainda estão expostos diariamente a ambientes inseguros e insalubres. Milhões sofrem lesões ou doenças crônicas, enquanto muitos perdem a vida devido a acidentes e doenças ocupacionais. Mudar este cenário exige mais do que regras; exige uma cultura de prevenção.

Com base nesse diagnóstico, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu uma nova Estratégia Global sobre Segurança e Saúde no Trabalho (2024-2030). O documento, adotado pelo conselho da entidade entre outubro e novembro de 2023, redefine a abordagem para fortalecer a segurança no chão de fábrica, tratando-a como um direito fundamental.

Gestão além das normas

A estratégia da OIT para empresas é fundamentada no Pilar 3, que visa o reforço dos sistemas de gestão de segurança e saúde no local de trabalho. A organização defende que as empresas adotem uma abordagem de sistemas de gestão, como a definida nas diretrizes ILO-OSH 2001.

Na prática, isso significa que a segurança e a saúde devem ser integradas a outras operações de negócios e não tratadas como um departamento isolado.

Para a OIT, um sistema de gestão eficaz no chão de fábrica deve:

  • Ter uma abordagem holística, considerando os riscos físicos, químicos, biológicos , ergonômicos , psicossociais e a saúde mental
  • Adaptar-se aos desafios de novas tecnologias e mudanças nos processos de trabalho
  • Considerar as necessidades de uma força de trabalho diversificada, aplicando lentes de gênero, idade e deficiência na gestão de riscos
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O motor da cultura: diálogo e participação

O relatório da OIT identifica o “ingrediente secreto” para que um sistema de gestão funcione e crie uma cultura de prevenção duradoura: o diálogo social.

A evidência apresentada pela organização é clara: “arranjos participativos no local de trabalho” estão diretamente associados a melhores práticas de gestão de segurança, melhor desempenho, redução nas taxas de acidentes e lesões e, surpreendentemente para alguns, maior produtividade.

A estratégia promove o diálogo social como um elemento-chave, incentivando o fortalecimento de mecanismos como os comitês de segurança e saúde no local de trabalho. A conclusão é que a cultura de segurança no chão de fábrica não é imposta de cima para baixo; ela é construída ativamente com a participação dos trabalhadores.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.

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