Como a IoT está redesenhando as linhas de montagem industriais

Especialista do Senai-MG detalha desafios, benefícios e tendências da digitalização nas linhas de montagem

Integração entre IoT e sistemas de gestão amplia o monitoramento e a tomada de decisão nas fábricas

A implantação de soluções de Internet das Coisas (IoT) tem mudado a rotina de diversas fábricas brasileiras, sobretudo nas linhas de montagem que passam a operar de forma mais conectada e precisa.

Para o instrutor de formação profissional do Senai-MG, Igor Henrique Silva Costa, a tecnologia rompe com o modelo tradicional de máquinas independentes e inaugura uma nova lógica de produção orientada por dados.

“Com a IoT, as máquinas deixam de ser equipamentos ‘isolados’ e passam a enviar informações em tempo real sobre seu funcionamento”, explica à Itatiaia.

Segundo ele, esse monitoramento contínuo oferece à equipe maior controle sobre cada etapa da operação e permite identificar desvios antes que se transformem em falhas maiores. Na avaliação de Igor, isso gera “uma produção mais estável, com menos erros e maior qualidade”, além de ampliar a previsibilidade da fábrica.

Desafios e ganhos com a digitalização

A adoção da IoT, no entanto, não ocorre sem barreiras. Igor aponta que o primeiro entrave costuma ser a adaptação de máquinas antigas. “Muitas fábricas têm equipamentos que precisam de sensores e integração para se conectar”, afirma.

Ele acrescenta que o grande volume de dados gerados demanda proteção adequada, ampliando as preocupações com segurança digital. O treinamento de equipes e o investimento inicial também aparecem como pontos críticos que exigem planejamento.

Mesmo diante desses desafios, os benefícios operacionais são evidentes. De acordo com Igor, a IoT contribui diretamente para a redução de custos ao possibilitar a manutenção no momento certo e evitar paradas inesperadas.

A tecnologia também reduz desperdícios, já que falhas de qualidade são detectadas rapidamente. A eficiência cresce com o acompanhamento contínuo da produção, o que facilita ajustes e impede períodos ociosos.

A integração da IoT com sistemas de gestão amplia ainda mais o potencial das fábricas. “Quando a IoT coleta dados das máquinas e envia para o MES, o controle da produção passa a refletir o que realmente acontece no chão de fábrica”, destaca.

O instrutor explica que, ao se conectar ao ERP, essas informações passam a influenciar compras, estoque, custos e vendas, substituindo estimativas por dados reais. O resultado, segundo ele, é um planejamento mais preciso e uma gestão totalmente alinhada ao desempenho das máquinas.

Para os próximos anos, Igor avalia que a tendência é o avanço de sistemas mais autônomos, com processamento de dados próximo às máquinas e maior aplicação de inteligência artificial em análises e decisões.

Ele também aponta o impacto do 5G e o uso crescente de gêmeos digitais para simular cenários antes de modificações reais, além da necessidade cada vez maior de fortalecer a segurança digital em um ambiente mais conectado.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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