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‘Funcionário feliz dá mais lucro’, afirma CEO da Heineken Brasil

“Felicidade é uma decisão de liderança”, defende o executivo

Maurício Giamellaro, CEO da Heineken Brasil, participou do Prêmio Exame Melhores em Gestão de Pessoas, na última quinta-feira (23). Durante o evento, o executivo compartilhou alguns dos aprendizados colhidos à frente de uma operação com 13 mil funcionários.

Para o economista, a felicidade no trabalho passou a fazer parte da estratégia. “Quem disse que a gente tem que esperar a sexta-feira para ser feliz?”, pontuou o CEO durante o evento.

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O diretor compartilhou também de onde veio a ideia de criar uma Diretoria de Felicidade. Em 2022, ele participou de um evento internacional sobre liderança e teve contato com os KHIs, definidos como Key Happiness Indicators, ou Indicadores de Felicidade.

“Cria a área antes de uma dor do RH foi a grande virada. Normalmente, as empresas só agem quando há crise, burnout ou alto turnover. A gente quis fazer diferente”, afirmou o CEO.

Maurício Giamellaro, CEO da Heineken Brasil

Medindo a felicidade

Giamellaro explica que a Heinken iniciou aplicando uma pesquisa semanal, e depois quinzenal, com cinco perguntas sobre propósito, pertencimento e realização. Os resultados são analisados mensalmente em reuniões com os vice-presidentes e diretores e áreas com índices abaixo de 60% precisam apresentar planos de ação.

Além disso, a empresa criou uma rede de 1500 embaixadores da felicidade, profissionais de diferentes níveis hierárquicos treinados para ouvir, identificar e encaminhar demandas sobre bem-estar.

Resultados

Entre 2023 e 2024, a cervejeira registrou apenas 0,06% de casos de afastamento por saúde mental. Já o turnover na empresa caiu para 0,6%, bem abaixo da média de 5% a 7% do setor de bens de consumo.

Para o executivo, essa preocupação com a felicidade é um dos motivos que levou a empresa a multiplicar seu lucro em 180 vezes nos últimos quatro anos, tornando-se a segunda filial mais lucrativa da Heineken no mundo.

“De nada adianta atingir metas se o processo é pesado, se as pessoas adoecem ou se o ambiente não é respeitoso. Quando cuidamos do ‘como’, os números, o lucro, o crescimento vêm naturalmente. Felicidade é uma decisão de liderança”, conclui o executivo.

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Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia