A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em outubro, frente a setembro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2).
Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, o resultado reforça a dinâmica de acomodação do crescimento do setor, que está mais exposto ao tarifaço americano. Cabe lembrar que, apesar dos Estados Unidos terem isentado uma série de produtos da sobretaxa de 40%, a indústria não foi contemplada pelo decreto do presidente Donald Trump.
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Ainda de acordo com o especialista, o mercado americano é de grande relevância para as exportações industriais. Valério também cita como um dos motivos de dificuldade do setor a atual política monetária, com uma taxa básica de juros de 15% ao ano, dificultando o financiamento das empresas.
“Além disso, a produção industrial, por ser mais intensiva em capital, é mais sensível à política monetária, e o aperto das condições financeiras deve continuar sendo uma força contrária para o setor nas próximas leituras. Esperamos continuidade da tendência de acomodação, com o setor encerrando o ano com alta de 0,5%”, disse.
Na passagem de setembro para outubro, três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 ramos da indústria mostraram expansão na produção. A principal influência positiva foi a expansão de 3,6% das indústrias extrativas, interrompendo dois meses consecutivos de resultados negativos.
O IBGE também destaca as contribuições positivas dos setores de produtos alimentícios (0,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,0%), de produtos químicos (1,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,8%).
Por outro lado, houve um recuo na produção de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis em 3,9%, e produtos farmoquímicos e farmacêuticos em 10,8%, com os principais impactos na média do setor. No ano, a indústria acumula uma alta de 0,8%, e um avanço de 0,9% no acumulado em 12 meses.