Indústria brasileira registra alta em outubro puxada pelo setor extrativo

Dados da PIM mostram avanços em duráveis e quedas mais intensas em derivados do petróleo e na indústria farmacêutica

Setor extrativo impulsionou o desempenho mensal da indústria ao registrar alta de 3,6%

A produção industrial brasileira apresentou variação de 0,1% em outubro de 2025, na comparação com setembro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE. O resultado interrompe a queda de 0,4% registrada no mês anterior e mantém o setor 2,4% acima do nível pré-pandemia. Apesar disso, a indústria ainda opera 14,8% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011.

Na comparação com outubro de 2024, a produção total recuou 0,5%. No acumulado do ano, o avanço é de 0,8%, enquanto o índice dos últimos 12 meses chega a 0,9%, indicando perda de ritmo frente aos meses anteriores.

Desempenho é sustentado por indústrias extrativas

Entre as quatro grandes categorias econômicas, três registraram expansão em outubro na comparação com setembro. O principal destaque foi o setor de indústrias extrativas, que avançou 3,6% no mês. De acordo com o IBGE, o resultado reflete o aumento na extração de petróleo, minério de ferro e gás natural. O desempenho eliminou a perda acumulada de 1,7% entre agosto e setembro.

Outros segmentos que contribuíram positivamente foram:

  • Alimentos (0,9%);
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias (2,0%);
  • Produtos químicos (1,3%);
  • Equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (4,1%);
  • Confecção de vestuário e acessórios (3,8%).

Recuos mais intensos aparecem nos derivados do petróleo e na indústria farmacêutica

Entre as 13 atividades que registraram queda, coque, derivados do petróleo e biocombustíveis tiveram retração de 3,9%, ampliando o recuo de 0,5% observado em setembro. Segundo o IBGE, paralisações em unidades produtivas influenciaram a queda.

Já o setor farmoquímico e farmacêutico recuou 10,8% em outubro, acumulando perda de 19,8% em dois meses. Esse movimento vem após forte crescimento entre maio e agosto de 2025.

Também apresentaram declínios relevantes impressão e reprodução de gravações (-28,6%) e produtos do fumo (-19,5%).

Duráveis lideram crescimento entre as categorias

Na comparação mensal, bens de consumo duráveis tiveram a maior alta entre as grandes categorias, com avanço de 2,7%, revertendo a queda de 1,3% registrada em setembro. Bens de capital (1,0%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,0%) também cresceram.

O único recuo ficou com bens intermediários, que caíram 0,8% e ampliaram a perda do mês anterior.

Queda de 0,5% na comparação anual

Frente a outubro de 2024, 15 dos 25 ramos industriais pesquisados registraram queda. Os maiores impactos negativos vieram de:

  • Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,7%);
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,4%);
  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,3%);
  • Produtos de metal (-5,9%);
  • Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%);
  • Produtos de madeira (-10,7%);
  • Impressão e reprodução de gravações (-18,7%).

Entre os setores com alta, os destaques foram:

  • Indústrias extrativas (10,1%);
  • Produtos alimentícios (5,3%);
  • Manutenção, reparação e instalação de equipamentos (10,1%);
  • Outros equipamentos de transporte (8,3%);
  • Máquinas e equipamentos (2,7%);
  • Produtos têxteis (5,9%).

Os dados completos estão disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra). A próxima divulgação, referente a novembro de 2025, será em 8 de janeiro.

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Erem Carla é jornalista com formação na Faculdade Dois de Julho, em Salvador. Ao longo da carreira, acumulou passagens por portais como Terra, Yahoo e Estadão. Tem experiência em coberturas de grandes eventos e passagens por diversas editorias, como entretenimento, saúde e política. Também trabalhou com assessoria de imprensa parlamentar e de órgãos de saúde e Justiça. *Na Itatiaia, colabora com a editoria de Indústria.

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