Airbus anuncia recall do A320; 6 mil aeronaves podem ser afetadas

Fabricante de aeronaves precisa atualizar o software de controle de voo do modelo A320; Latam e Azul afirmam que não serão impactadas

Recall de A320 deve atingir 6 mil aeronaves

A fabricante de aeronaves Airbus determinou o recolhimento dos modelos de jatos A320 para uma mudança imediata de software de segurança, segundo informou a companhia ao mercado nesta sexta-feira (28). Fontes do setor de aviação civil acreditam que a medida deve envolver cerca de 6 mil unidades do A320, mais da metade da frota global.

Em nota, a companhia afirmou que o recall ocorreu após análise de um evento envolvendo uma aeronave da família A320, revelando que a intensa radiação solar pode corromper dados críticos para o funcionamento dos controles de voo. “Consequentemente, a Airbus identificou um número significativo de aeronaves da família A320 atualmente em serviço que podem ser afetadas”, afirmou.

O incidente que motivou a ação da Airbus envolveu um voo da JetBlue que ia de Cancún, no México, para Newark, em Nova Jersey. A aeronave fez um pouso de emergência em Tampa, na Flórida, e várias pessoas foram levadas ao hospital após um problema no controle e uma queda repentina de altitude.

“A Airbus reconhece que estas recomendações acarretarão perturbações operacionais para passageiros e clientes. Pedimos desculpa pelo incómodo causado e trabalharemos em estreita colaboração com as companhias aéreas, mantendo a segurança como a nossa principal e primordial prioridade”, disse a Airbus.

Um documento obtido pela Reuters afirma que a correção do software deve ser realizada antes do próximo voo com passageiros das aeronaves. No Brasil, o A320 faz parte das frotas da Azul e da Latam, mas ambas as empresas afirmam que não haverá impactos.

Em nota, a Azul disse que nenhuma de suas aeronaves do modelo em questão está inclusa no programa de recall anunciado pela Airbus. “A companhia reforça que a operação da frota segue dentro da normalidade”, disse.

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A Latam, por sua vez, afirma que a medida se aplica apenas a um número limitado de aviões das afiliadas da Colômbia, Chile e Peru, e qualquer impacto operacional será informado oportunamente aos passageiros. “As aeronaves que operam atualmente nas afiliadas do Brasil e do Equador não estão sujeitas a essa indicação”, destacou.

A empresa lamenta os inconvenientes que a situação, “alheia à sua vontade”, possa causar nos passageiros e agradece a compreensão dos clientes. “As equipes estão trabalhando para minimizar os impactos e oferecer soluções adaptadas às necessidades de cada passageiro”, completou.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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